segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Crianças mediuns que fazer? (Espirita)



A Verdade Que Liberta  é... quem sabe distingue!”



Com certeza, todos temos a mediunidade, em variados e particulares graus de desenvolvimento, porque esse potencial é inerente aos seres humanos, sem exceção ou privilégio. E independe da idade, da raça, do sexo, das crenças e da moral. Ou seja, crianças podem ter essa faculdade desenvolvida nas vidas passadas e apresentar fenômenos mediúnicos precocemente, em época que consideramos inadequada. Mas se está acontecendo, e não com uma só criança, faz parte do que é natural e normal, apesar de incomum. Vamos lembrar que Kardec contou com a colaboração mediúnica de quatro adolescentes, extremamente competentes e equilibradas.

Além do que, contra fatos não há argumentos e, segundo o Espiritismo, não é possível retirar, fechar ou impedir a mediunidade de funcionar. Pode-se tão somente esclarecer, educar e ajudar a criança a administrar sua vida, com as características que tem e que devem ser consideradas valiosas.

Mesmo crianças de lar espírita não costumam ouvir que mediunidade e influência espiritual são duas coisas distintas, embora sejam leis universais e lidem com os desencarnados. No geral essa distinção não é feita, misturando-se conceitos e interpretações, o que perpetua erros conceituais e dificuldades de conviver com os fatos.

Mediunidade é veículo de comunicação e influência espiritual é fruto do que se sente e pensa. Nem todos têm um observável desenvolvimento mediúnico, ou seja, da capacidade de se comunicar com Espíritos, mas todos atraímos Espíritos, por afinidade e semelhanças no ser e pensar, e recebemos essa influência sem perceber. É a mediunidade que percebe, mas não é ela que atrai.

Se a verdade liberta, o desconhecimento gera receios, inseguranças e impotência. Por isso, é comum que a criança médium tenha medo, e muito medo do que lhe acontece, sobretudo se os familiares temem ou negam “o invisível”. Também podem ser discriminadas por parentes, professores e amiguinhos, sentindo-se um ET, bem como ameaçadas por Espíritos maus e por visões desagradáveis.

O que fazer?

Adotar o coitadismo e o vitimismo, mimando a criança, falando baixinho com todos sobre o PROBLEMA que ela tem e de como está sendo difícil viver com “isso”? Ou quem sabe apelar para o religiosismo e fazer a criança sentir-se obsidiana, perseguida pelo mal e obrigada a rezar, sem entendimento do que faz, aumentando o medo e a sensação de impotência? Ou adotar psicoterapias materialistas e medicamentosas, para que a criança não perceba o que ocorre, porque, afinal, é só uma criança e precisa ser “protegida dessas coisas”?

Atitudes como as descritas e similares, do tipo cuidados especiais, superproteção, andar atrás da criança, perguntando se está bem e dizendo preces, só pioram a situação, formando um clima lúgubre, de tristeza e apreensão no lar, como se a família sempre estivesse a espera daquele “momento terrível”.

Nos lares que não conhecem o Espiritismo, esses comportamentos são fruto do que não sabem sobre a vida. Mas nos que já têm essa luz do entendimento, espera-se que esclarecer o assunto e dar-lhe melhor direção, seja a postura assumida e mantida.

Vamos estudar, de forma isenta e sem interpretações, a definição espírita de mediunidade e vamos ponderar bastante sobre ela, bem como sobre as leis de reencarnação, evolução, livre arbítrio, causa e efeito e fluidos, que são bases doutrinárias do Espiritismo, melhor dizendo, sua filosofia de vida. Certamente, essa dedicação abrirá condições dos pais adotarem recursos mais adequados e eficientes, para acompanharem suas crianças médiuns, corajosa e salutarmente.

Quanto a mediunidade, é indispensável que ensinemos às crianças a sua definição e não os preconceitos, os misticismos e as lendas que vêm do mais remoto passado, quando se achava que esses “dons” eram sinal dos deuses (antigüidade) ou dos demônios (judeus e religiões cristãs).

O Espiritismo é o divisor de águas, porque demonstrou que a mediunidade é uma faculdade, uma potencialidade natural de todos os seres humanos. Existe para que os desencarnados sejam percebidos e entendidos pelos encarnados, pois estamos sempre juntos e constituímos a humanidade da Terra. Ao mesmo tempo, ela é a condição de sabermos quais Espíritos estão nos influenciando, porque são nossos sentimentos e pensamentos que os atraem. (Ler O Livro dos Médiuns, cap XXI, item 232.)

Que não haja espanto ou descontentamento ao reconhecermos manifestações mediúnicas em nossos filhos pequenos, quando falam de seus amiguinhos invisíveis para nós, quando vêem os avós já mortos e, até mesmo coisas assustadoras. Eles não são azarados ou vítimas do mal, são criaturas reencarnantes, trazendo no “baú” das vidas passadas, recursos e situações a seres resolvidas.

O que precisa ser feito é ajudar a criança médium, mantendo sua vida normal, mas esclarecendo-a de que tem um potencial mais desenvolvido que a maioria das pessoas. Isso não a faz melhor, apenas é possuidora de um patrimônio espiritual mais trabalhado, da mesma forma, por exemplo, que outras crianças são desenhistas, atletas, líderes, e ela não é. Cada qualidade é um potencial desenvolvido desde outras vidas.

Acompanhar a criança nas preces de ligação consciente com seu anjo de guarda; na limpeza fluídica (“colocar luz”) do quarto dela ou dos ambientes da casa; ensiná-la a perceber, pelos pensamentos que está tendo, se o Espírito é ou não bem intencionado; ensinar-lhe técnicas de auto-domínio, para que não saia da posse de si; treiná-la a desviar a mente da visão que não for boa ou da influência em hora inconveniente, focando-a em outra coisa; treiná-la a não temer, porque os Espíritos só podem mandar pensamentos, mais nada que isso, por exemplo, é da responsabilidade dos adultos que cuidam dela. Alguns anos depois, teremos uma pessoa muito mais apta a viver bem e com recursos que grande parte da sociedade não tem. Ou seja, promover o equilíbrio na infância, gera mais equilíbrio e benefício na fase adulta.

Com a ressalva de que tudo isso seja explicado como um aproveitamento da oportunidade e aquisição de técnicas necessárias a lidar com a mediunidade, para ser feliz com ela, e nunca como defesa de algo ruim e indesejável. Se essa segunda postura for adotada os resultados não serão os mesmos, porque perpetuaremos o medo e a criança facilitará as influências más.

Grandes e competentes médiuns, espíritas ou não, são apenas aqueles que gostam dessa sua característica e aprendem a usá-la em seu favor e no dos outros.

O que fazem os pais de uma criança com pendores musicais precoces? Levam-na, custe o que custar, a um bom professor e lhe dão os recursos possíveis e o necessário apoio, porque sabem que é preciso desenvolver adequadamente esse potencial, para o bem estar e o equilíbrio psicológico da criança.

Da mesma forma, busquemos o aprendizado e os recursos que ajudem nossas crianças médiuns a tirarem o melhor proveito do potencial que possuem, porque assim terão bem estar e equilíbrio psicossomático, para quando, mais velhas, poderem usar essa faculdade em favor do bem do mundo. Não é isso que queremos para elas?

Joguemos fora, de vez, a lenda de que a mediunidade é algo perigoso, um transtorno indesejável, que cria problemas, doenças e perturbação. Isso é um preconceito impingido para temermos algo que, alem de ser natural, ajuda a todos. Só não ajuda aos interesses de quem queira manter as pessoas ignorantes e tolas, voltadas só para o lado material da vida. A esses, a mediunidade, própria e dos outros, é uma grande embaraço...

Cuidemos para que as crianças médiuns vivam bem consigo mesmas, gostando de sua mediunidade e cientes de que estão, agora, só aprendendo a usá-la bem, coisa que farão livremente no momento oportuno. Que elas entendam, claramente e sem nenhum receio, que são os sentimentos e pensamentos que atraem Espíritos, os quais podem ligar-se a nós por causa disto, e não pela mediunidade.

A compreensão e o uso da inteligência são sempre saudáveis e se opõem a prisão que é o medo. Assim, estaremos ajudando, de forma eficiente e discreta, a diminuir e, quem sabe, sanar preconceitos, dores e traumas que essas crianças carregam.

O Espiritismo tem recursos para libertar a consciência das idéias falsas e desamarrar os corações dos medos e inseguranças. Usemos essas benesses...

Espíritos maus e vingativos assediam sua criança? Certamente há razões passadas, bem graves, para isso e chegou a hora da solução. Mas o sofrimento é de ambas as partes. Pense nisso...

O Centro Espírita pode ajudar, esclarecendo os Espíritos nas reuniões de tratamento desobsessivo, e aos pais e filhos pelo ensino espírita e também pelo tratamento fluídico de passes.

Mas é no lar, no dia-a-dia, que a família vai colaborar, amplamente, com essa criança, para que ela viva bem consigo mesma, entendendo, o possível dentro da idade, que tem um potencial de perceber Espíritos; que isso é bom e que irá, aos poucos, aprendendo a dominar-se e a gerenciar esse instrumento, que é dela; e que existe para ela, com mais idade, fazer excelentes coisas. Por exemplo, para ser a ponte entre os desencarnados e os encarnados da família, que se amam e sentem saudades. E muitas outras coisas belas e construtivas, que o tempo mostrará!


Transcrição da 2ª- parte do texto Autoconsideração, copiado do livro Imensidão dos Sentidos, de Hammed/Francisco do Espírito Santo Neto, Editora Boa Nova, como apoio e extensão dos raciocínios desenvolvidos acima, mostrando como atraímos Espíritos, por semelhanças das formas de pensar. E notemos que essas reflexões, sábias e oportunas, baseiam-se no texto de Kardec que distingue mediunidade e influência espiritual. O mesmo usado como referência para o texto.


...
“Indivíduos que não se valorizam criam em seu campo magnético – aura humana – energias negativas mantidas por pensamentos habituais de autodesvalorização. A partir daí, materializam acontecimentos inconvenientes e atraem indivíduos semelhantes (encarnados ou desencarnados) à sua maneira inadequada de se comportar diante das pessoas e dos acontecimentos.

Por exemplo, se repetirmos constantemente para nós mesmos que somos indignos, tolos e desprezíveis, atrairemos ondas mentais similares a esses autoconceitos, porque chamaremos para nós sentimentos semelhantes de outras criaturas. Pudera, nós vibramos contra nós mesmos!...

“Seria um erro crer que é preciso ser médium para atrair a si os seres do mundo invisível. O espaço deles está povoado; temo-los sem cessar ao nosso redor, ao nosso lado, nos vêem, nos observam, se misturam às nossas reuniões, nos seguem ou nos evitam segundo os atraiamos ou os repilamos.”(O Livro dos Médiuns – cap. XXI – item 232 - parcial)

Ao pensarmos, nossa casa mental irradia vibrações ou ondas que se propagam no universo energético circundante com que ela sintoniza. A energia que dissipamos é que atrai a consideração, ou não, dos outros. Quanto mais nos rejeitamos, maior é a rejeição das pessoas para conosco.

A atitude de nos subestimar ou menosprezar cria em nossa intimidade uma estrutura psicológica comparável a um “mata-borrão” ou a um “exaustor energético”, que suga tudo o que existe de negativo no ambiente em que nos encontramos. Podemos nos equiparar a verdadeiros “ímãs”, que vão atraindo a “limalha de ferro”.

Não importa se trazemos de nossa atual ou das passadas existências um sistema de crenças derrotistas do tipo: “Se não fomos considerados ou amados foi porque não somos dignos de amor”. Ou também, “Se fomos abandonados ou negligenciados por pessoas importantes de nossa vida é porque somos desprezíveis”. O que hoje realmente importa é a conscientização de que se nossos olhos estão envolvidos com nosso próprio malquerer, imediatamente sintonizaremos com o mal alheio. A mente é, ao mesmo tempo, uma fonte receptora e uma força propulsora, que capta e irradia qualquer onda mental.

A autoconsideração, isto é, o amor a nós mesmos, é o melhor antídoto contra as energias deletérias. Esse autocomportamento afetuoso melhorará a qualidade de nosso relacionamento com nós próprios e com os semelhantes.

No entanto, a autoconsideração não pode ser comparada ao narcisismo ou ao egoísmo, mas, sim, ao fato de que somos tão dignos do amor quanto o nosso próximo, ou seja, devemos desejar e buscar mutuamente o amor incondicional.

“Amarás a Deus sobre todas as coisas” é o primeiro e o maior de todos os mandamentos, “amarás ao próximo como a ti mesmo” é considerado o segundo e semelhante ao primeiro; tanto que Jesus Cristo afirmou perante os judeus da época que “toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos”.

A autoconsideração faz nosso “universo íntimo” girar em torno do amor e, em virtude disso, atrair criaturas e energias amorosas em nosso derredor.”

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