terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sofrimento( espirita)


Podemos classificar o sofrimento do espírito como a dor realidade e o tormento físico, de qualquer natureza, como a dor-ilusão.
Em verdade, toda dor física colima o despertar da alma para os seus grandiosos deveres, seja como expressão expiratória, como consequência dos abusos humanos ou como advertência da natureza material ao dono de um organismo.
Mas, toda dor física é um fenômeno, enquanto, que a dor moral é essência.
Daí a razão que a dor física vem e passa, ainda que se faça acompanhar das transições de morte dos órgãos materiais, e só a dor espiritual é bastante grande e profunda para promover o luminoso trabalho do aperfeiçoamento e da redenção. (Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, em O Consolador – 1940).
Com muita clareza Emmanuel nos leva a reflexão de que toda dor física, seja ela de qualquer ordem, é passageira, a que extirpa, que queima, que paralisa, que adoece, porque ela é da carne, que sendo transitória, um dia entrega-se a exaustão natural da matéria. Ela por si só não é instrumento direto da evolução, mas meio pelo qual o espírito vivencia o sofrimento compatível ao seu grau de entendimento.
Quando perdemos o emprego, fazemos um mau negócio, um investimento errado, não há dor física imediata, apenas um sofrimento relativo a nossa capacidade de interagir positiva ou negativamente com os resultados que ela trará a curto ou longo prazo. Poderá até haver sofrimento físico posterior pela somatização das emoções, levando-nos a adoecer, por escolha nossa.
Quando perdemos alguém que amamos, somos traídos, subjugados, humilhados, esquecidos, este sofrimento de fórum intimo, individualizado, é a dor real, aquela que fere sem sangrar, que aleija sem arrancar, nos expõe verdadeiros, nus, porque ela é do espírito, nossa essência, aquilo que os olhos não veem, mas a vibração contaminada se faz sentida.
Na linguagem popular dizemos: Às vezes uma palavra machuca mais que um tapa. Sem dúvida, porque uma palavra não é composta apenas de letras, mas um complexo energético de significados que armazenam dezenas ou porque não dizer centenas de anos em vivências anteriores. Alguém já não lhe disse uma única palavra que te despertou uma avalanche de sentimentos de ódio, raiva, revolta? Com uma reação catastrófica, multiplicando os danos e o sofrimento de um ato impensado?
Deus não gera sofrimento. Um dos atributos Dele é justamente o de criar pelo amor e para o amor. Aquele que se julga injustiçado pelo destino, sofre mais do que aquele que toma para si a responsabilidade de criar o seu próprio caminho. A dor é instrumento de bênçãos para o espírito que luta e reconhece no confronto as dores reais que purificam a essência dos novos pensamentos que os conduza para frente e para o alto.
Não há como sofrer pelo outro ou transferir a outrem a dor que nos cabe, ela é reação e não ação de Deus é consequência da nossa incompreensão da Lei maior que rege toda a evolução humana, ou seja, aos olhos de Deus, o sofrimento é um meio e não um fim, é um veículo poderoso de alimentação e purificação. Lembramos Buda, nas suas Quatro Nobres Verdades, o sofrimento é uma realidade e a luta em favor de sua superação deve ser a razão essencial da existência Humana.
Para deixarmos em aberto esse tema tão vivenciado em nosso tempo, dia estes que alimentamos em nós o consumismo, o cruzar de braços as injustiças sociais e morais, a exaltação da sensualidade, poder, beleza, abusos de toda ordem, educação precária, ainda assim podemos dizer com base no Evangelho Renovador de Jesus, que o sofrimento não é um inimigo traiçoeiro como se acredita, é apenas um companheiro que não saber mentir.
Pense. Ore e realize. A Doutrina Espirita foi feita para ser pensada.

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