sábado, 1 de setembro de 2012

Vicio de beber no Espiritualismo

Os problemas do vício de beber
PERGUNTA: – Sem dúvida, os instrutores espirituais devem considerar o álcool um dos maiores malefícios do nosso mundo. Não é assim?
RAMATÍS: – O álcool não é um dos maiores malefícios do mundo, mas de incontestável benefício para o ser huma¬no. Ele serve para compor xaropes, tintas e medicamentos; move motores, alimenta fogões, ilumina habitações, higieniza as mãos, desinfeta contusões e seringas hipodérmicas; limpa móveis, extrai manchas de roupas e asseia objetos, destrói germens perniciosos e enriqueci os recursos da química do mundo. Usado com parcimônia, estimula o aparelho cardíaco, acelera à digestão difícil e ajuda a queimar o excesso de gordu¬ras nas pessoas idosas. O álcool é maléfico, avilta, deprime e mata, quando os homens abusam de sua ingestão e chegam a degradar-se pela embriaguez.
PERGUNTA: – Sob a vossa conceituação espiritual, o alcoolismo deve ser considerado um vício ou uma doença da humanidade terrena?
RAMATÍS: – O alcoolismo deveria ser enquadrado mais propriamente no terreno patológico, pois o alcoólatra é um doente, que se enferma por sua livre e espontânea vontade. Assim como certas doenças deformam e lesam o organismo durante a sua manifestação, a embriaguez também produz lastimáveis e perniciosos efeitos no corpo físico, ofendendo os delicados centros cerebrais e rebaixando o homem no conceito da moral humana.
Surpreende-nos que os administradores, cientistas e auto¬ridades de todas as nações terrenas movimentem campanhas contra o vício da maconha, da cocaína, da morfina e do ópio, e até procurem disciplinar o uso de entorpecentes farmacêuticos, mas negligenciem completamente quanto ao abuso do álcool e tolerem os seus resultados nefastos. Enquanto a medicina inverte somas apreciáveis para pesquisar e sanear moléstias de menor importância, descuram-se de erradicar o alcoolismo, que lesa a vitalidade humana. Embriaga-se o rico com o uís¬que caríssimo e o pobre se degrada com a cachaça; no entanto, ambos se envenenam pelo mesmo tóxico pernicioso.
PERGUNTA: – E como se poderia solucionar problema tão crusciante?
RAMATÍS: – Alhures, explicamos que a graduação espi¬ritual primária dos habitantes da Terra justifica os indivíduos desordeiros, inescrupulosos, injustos, fesceninos, cruéis, mistifica¬dores, ciumentos e desregrados, motivo por que o orbe terráqueo ainda não merece ser governado por espíritos do quilate de um Francisco de Assis, Gandhi, Buda ou Jesus; essas entidades santi¬ficadas jamais conseguiram disciplinar ou administrar criaturas ainda tão desatinadas pela cobiça, ambição, pilhagem e guerras fratricidas; e em sua maioria, preocupadas exclusivamente com os seus interesses pessoais.
Malgrado o problema cruciante do alcoolismo, que degrada o moço negligente, a mulher ingênua, o homem desesperado ou velho desiludido, os terrícolas despendem gastos nababescos, para pousarem na Lua e lá prolongarem o mesmo sistema nefas¬to de vida cruel e viciosa, já cultuada na Terra! Conseqüentemen¬te, a displicência do homem, quanto ao alcoolismo, em breve há de ser corrigido pela “Administração Sideral” da Terra, pois neste “Fim de Tempos”, ou profético “Juízo Final” já em execução no seio da humanidade terrena, devem ser exilados para outro orbe inferior os responsáveis pelos desequilíbrios e empreitadas funes¬tas, que perturbam a vivência sadia do homem!
PERGUNTA: – Quais são as conseqüências mais graves para os homens alcoólatras?
RAMATÍS: – O alcoólatra é o indivíduo que já perdeu o senso direcional do seu espírito, pois vive em função do coman¬do discricionário de uma entidade oculta, que comanda todas as suas ações na vida física e até depois de desencarnado! Convinha que todos os homens seduzidos pela bebida alcoóli¬ca pudessem certificar-se dos cometimentos atrozes e terríveis, próprios das vítimas do alcoolismo em tratamento nos sana¬tórios antialcoólicos. Elas assemelham-se a verdadeiras feras enjauladas que, entre uivos e clamores, torturadas pela ardên¬cia insofreável do vício degradante, ameaçam despedaçar-se de encontro às grades protetoras. São trapos vivos, que se amon¬toam pelo solo e transpiram as emanações etílicas por todos os poros compondo a fauna dos candidatos à morte inglória nas valetas do mundo ou expostos nos necrotérios públicos.
É estarrecedor, após o exaustivo período sacrificial de ges¬tação da mulher, na sua função sublime de procriar um filho, vê-Ia tombado no lodo das ruas e marcado pelos estigmas vicio¬sos do alcoolismo!
PERGUNTA: – No entanto, muitos estudiosos do problema do alcoolismo temem pela extinção da indústria de bebidas alcoólicas, considerando um desastre econômico e colapso fatal na fabulosa renda fiscal do país. O fechamento de fábricas de garrafas, barris, caixas, tampinhas, cortiças e copos, a redução de impressos, transportes e conseqüente extinção da lavoura de lúpulo, cevada, ou cana-de-açúcar hão de causar os mais vulto¬sos desempregos do mundo! Que dizeis?
RAMATÍS: – E absurdo, insensato e maléfico esse sis¬tema de sustentação econômica terrícola através do álcool, pois ainda são mais catastróficos os prejuízos e as tragédias decorrentes de tal vício, em vez do desastre econômico, desem¬prego e” déficit” da renda fiscal, que podem ser remediados por outros recursos mais sensatos! O alcoolismo é o responsável direto pela maior parte de latrocínios, prostituições, doenças, misérias, luxúria, orgias, desordens, desventuras domésticas e maus-tratos da família. A indústria e o comércio que o sus¬tentam lembram um monstruoso vampiro a sugar as forças sadias de toda a humanidade! Qual é a vantagem do mundo em manter indústria tão macabra e funesta, se o álcool devora o organismo do próprio homem, além de ser combustível indire¬to da tuberculose, câncer, cirrose, sífilis, degenerações renais e pancreáticas, embrutecimento cerebral, imbecilidade, histeria, epilepsia, neuroses, lesões orgânicas, prostração física, enfra¬quecimento nervoso, taras hereditárias e esterilidade?
Mas o homem, em sua imbecilidade, chega até a glorificar o abuso do álcool e valoriza o produto nefasto, como se tal acontecimento vicioso e degenerativo fosse realmente algo de notável à cultura, glória, filosofia ou cientificismo de um povo! A Alemanha orgulha-se de sua cerveja; a Rússia, da vodca, a França, Espanha, Portugal e Itália, dos seus vinhos famosos; a Escócia e a Inglaterra são países mais conhecidos pelo seu uís¬que do que por suas realizações históricas! A América Latina proclama a preciosidade do rum de Cuba, da tequila do México, ou da cidra da Argentina, enquanto o próprio Brasil muito se envaidece pela sua famigerada cachaça! Sem dúvida, tudo isso poderia consagrar um país, caso fosse usado com parcimônia, que não conduz ao vício e à degradação, pois há povos cujos louvores provêm dos seus saborosos pêssegos, morangos, figos ou deliciosas uvas!
Malgrado a bebida alcoólica ser excelente fonte de renda fiscal, paradoxalmente, o seu abuso provoca o dobro dos gastos da administração pública de cada país, ante a série de enfermida¬des, degenerações orgânicas, crimes, desastres, acidentes, infelici¬dades, embrutecimento e desencaminhamento da juventude! Há verbas vultosas para atender à manutenção de asilos, hospitais, cárceres, presídios, institutos de recuperação psíquica e excepcio¬nais filhos de alcoólatras.
PERGUNTA: – Alegam alguns homens célebres que, se Deus permitiu a descoberta do álcool no mundo, evidente¬mente, é para se bebê-lo!. .. E a própria Bíblia narra a feliz descoberta de Noé na fermentação da uva, assim como o uso costumeiro da bebida alcoólica entre as primeiras tribos judaicas! Que dizeis?
RAMATÍS: – Deus não induziu a descoberta do álcool para o homem se embriagar, assim como da descoberta do ácido sulfúrico ninguém deve se matar! Ele quis prover a huma¬nidade de um elemento útil para aliviar os problemas mais simples da vida! Caso o Senhor considerasse o álcool bebida para ser ingerida sem qualquer controle, é indubitável que também teria criado as fontes, os riachos e rios prenhes de vinho, cerve¬ja, uísque, licores e cachaça; jamais tê-Ios-ia enchido de água! Mas é a concupiscência, a ganância, a cobiça, a avidez e a falta de escrúpulo de lucros ilícitos e fáceis que induzem os homens a se explorarem mutuamente no intercâmbio do alcoolismo oneroso e funesto.
Por isso, a propaganda alcoólica é feita por hábeis artistas através de quadros atraentes e multicores, que sugerem hipno¬ticamente as mais excêntricas bebidas corrosivéis à conta de verdadeiras ambrosias dos deuses! A imprensa, o rádio, a tele¬visão e os cartazes de ruas seduzem os incautos e avivam-lhes o desejo para preferir certo alcoólico da moda. Aliás, maquiave¬licamente, a indústria já introduz álcool em doces, chocolates e bombons finos, a fim de habituarem, desde muito cedo, as crianças, ao condicionamento tóxico e assim garantirem novos clientes no futuro! Que importa aos homens ambiciosos, egoís¬tas e inescrupulosos a aventura do próximo, desde que possam aumentar a sua receita financeira?
Embora certas descrições da Bíblia, que aparentemente endossam o uso do álcool, Jesus e seus apóstolos nada disse¬ram de favorável a esse vício nefasto. Aliás, Paulo de Tarso é bem claro quando assim adverte: “Nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os que se dão à embriaguez, nem os maldizentes possuirão o reino de Deus” (I Coríntios, 6:9-10) e antes dele já dizia o célebre profeta Habacuc: “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro!”

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