"Apenas,
Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma
sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente
bons conselhos ela vos dará.”
O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo XIII – item 10
O
que é certo e errado perante a “crise das certezas” que dominam a
humanidade? Quais são as bússolas para nortear a conduta neste cenário
de transformações céleres por que passam as sociedades?
A
palavra conceito quer dizer idéia que temos de algo ou alguém.
Analisamos a vida e os fatos pela ótica individual de nossas
conceituações. Nosso entendimento não ultrapassa esse limite.
Alguns
desses conceitos resultam da vivência. Foram estruturados pelo uso de
todos nossos sentidos, adquirindo significados. Chamamo-los experiência.
Outros são fruto da capacidade de pensar e adquirir conhecimento.
Determinam os pensamentos predominantes na vida mental. Quando criamos
fixação emocional a esse padrão do pensar, nasce o preconceito.
A experiência leva ao discernimento. O discernimento é a porta para a compreensão. A compreensão identifica a Verdade.
O preconceito conduz ao julgamento. O julgamento sustenta os rótulos. Os rótulos distanciam da realidade.
A
atitude construtiva na Obra da Criação depende da habilidade de
relativizar. Até mesmo a experiência, por mais preciosa, necessita ser
continuamente repensada, evitando a estagnação em clichês.
A
vida é regida pela Suprema Lei da Impermanência. Certo e errado são
critérios sociais mutáveis sob a perspectiva sistêmica. Apesar disso,
são referências úteis à maioria dos habitantes da Terra. Funcionam como
“estacas disciplinadoras”. Porém, em certa etapa do amadurecimento
espiritual, constituem amarras psicológicas na descoberta da realidade
pessoal, cuja riqueza está nos significados únicos construídos a partir
dos ditames conscienciais.[...]
Na
individuação o critério certo /errado é substituído por algumas
perguntas: convém ou não? Quero ou não quero? Serve ou não serve?
Necessito ou não necessito? Questões cujas respostas vêm do coração.
Somente aprendendo a linguagem dos sentimentos poderemos escutar as
mensagens da alma destinadas ao ato de individuar-se. E sentimento é
valor moral aferível exclusivamente por nós mesmos no átrio sagrado da
intimidade consciencial.
Somos
aquilo que sentimos. As máscaras não destroem essa realidade. Quando
aprendemos o auto-amor, abandonamos o “crítico interno” que existe em
nós e passamos a exercer a generosidade do autoperdão, ou seja, a
aceitação incondicional da criatura ainda imperfeita que somos.[...]
Saber
o que nos convêm, saber o que é útil, exige dilatado discernimento
aliado ao tempo. Quando usamos os rótulos certo/errado, fomentamos a
culpa e a punição. Quando sabemos o que nos convém, agimos e escolhemos
com responsabilidade na condição de autores do nosso destino. Quando
amadurecemos, percebemos que certo e errado se tornam formas de
entender, experiências diversificadas.
O
caminho de ascensão para todos nós, Filhos de Deus, é o mesmo, apenas
muda a maneira de caminhar. Cada criatura tem seu passo, seu ritmo, sua
história.
[...]Grande distância separa o processo de individuação da atitude de individualismo.
Na individuação encontramos a necessidade, enquanto no individualismo temos a prevalência do interesse pessoal.
Na individuação temos a alma; no individualismo, a personalidade.
Na individuação temos a consciência; no individualismo, o ego.
Na individuação existem descoberta e criatividade; no individualismo, a imitação e a disputa.
Na individuação temos o preparo e o amadurecimento; no individualismo, a precipitação.
Na individuação experimentamos a realização pessoal; no individualismo, a insaciedade.
A individuação é fruto do amor; o individualismo é a leira do egoísmo.
Na individuação floresce o crescimento espiritual; o individualismo é a sementeira do egoísmo.
O individualista, queira ou não, também caminha em seu processo de individuação. [...]
Sabendo
que todos rumam para o melhor, Jesus, em Sua excelsa sapiência,
estabeleceu: “Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo.” (João,
8:15)
Se
Ele, que podia, não julgou, por que nós, que d'Ele seguimos os ensinos,
vamos agir como quem pode escutar os alvitres da alma alheia na
tentativa de definir o que é certo ou errado? Qual de nós estará em
condição de nutrir certeza se a atitude do próximo é uma expressão de
individuação ou um cativeiro de personalismo?"
Biografia:
Ermance de La Jonchére Dufaux nasceu em 1841, na cidade de Fontainebleu, França.
Colaborou
como médium, no trabalho de Kardec, na elaboração de da segunda edição
de "o Livro dos Espíritos" em 1860. Segundo São Luís, Ermance, assim como Kardec, era uma druidesa reencarnada.
Seu
guia espiritual deu grande incentivo à Kardec para publicar a "Revue
Espírite" - Revista Espírita. Ermance, com seu pai, tornou-se sócia
fundadora da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Ainda como médium foi autora do livro " A Vida de Joana D'arc contada por ela mesma".
Como
autora espiritual tem prestado grande contribuição no plano da
espiritualização e da educação nos roteiros do amor com as obras
psicografadas através do médium Wanderley Oliveira.(Fonte: SEED)
É de autoria dela a mensagem acima, encontrada na obra 'Escutando Sentimentos', psicografada por Wanderley S. de Oliveira.
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