Comportamento e Vida
Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
O fatalismo biológico, estabelecido
mediante as
conquistas pessoais de cada indivíduo,
não é
definitivo em relação à data da sua
morte.
A longevidade como a brevidade da
existência
corporal, embora façam parte do
programa
adrede estabelecido para cada homem,
alteram-
se para menos ou para mais, de acordo
com o
seu comportamento e do contributo que
oferece
à aparelhagem orgânica para a sua
preservação
ou desgaste.
Necessitando de um período de tempo em
cada
existência física para realizar a
aprendizagem
evolutiva em cujo curso está inscrito,
o Espírito
tem meios para abreviar-lhe ou
ampliar-lhe o
ciclo, mediante os recursos de que
dispõe e são
facultados a todos.
É óbvio que o estróina desperdiça
maior quota de
energias, impondo sobrecargas
desnecessárias
aos equipamentos fisiológicos, do que
o
indivíduo prudente.
As ocorrências que lhes sucedam têm as
suas
causas no comportamento que se
permitem.
Igualmente, a forma de desencarnar,
sem fugir
ao impositivo do destino que é de
construção
pessoal, resulta das experiências que
são vividas.
O homem imprevidente e precipitado,
desrespeitador dos códigos de lei
estabelecidos,
toma-se fácil presa de infaustos
acontecimentos,
que ele mesmo se propicia como efeito
da
conduta arbitrária a que se entrega.
Acidentes, homicídios, intoxicações,
desastres de
vários tipos que arrebatam vidas,
resultam da
imprevidência, da irresponsabilidade,
do orgulho
dos que lhes são vitimas, na maioria
das vezes e
no maior número de acontecimentos.
Devendo aplicar a inteligência e a
bondade como
norma de conduta habitual, grande
parte das
criaturas prefere a arrogância, a
discussão acesa,
o desrespeito ao dever, a negligência,
tornando-
se, afinal, vitimas de si mesmas,
suicidas
indiretas.
Nos autocídios de ação prolongada ou
imediata,
a responsabilidade é total daqueles
que tomam a
decisão infeliz e a levam a cabo,
inspirados ou
não por Entidades perversas com as
quais
sintonizam.
Derrapando em comportamentos
pessimistas a
que se aferram, a atitudes agressivas
nas quais
se comprazem, na fixação de idéias
tormentosas
em que se demoram, em ambições
desenfreadas
e rebeldia sistemática, a etapa final,
infelizmente,
não pode ser outra. Com o gesto que
supõem de
libertação, tombam, por largos anos de
dor, em
mais cruel processo de recuperação e
desespero,
para que aprendam disciplina e
submissão contra
as quais antes se rebelaram.
Depreende-se, portanto, que o
comportamento
do homem a todo instante contribui de
maneira
rigorosa para a programação da sua
vida.
São de duas classes as causas que
influem na sua
existência, dentro do determinismo da
evolução
humana: as próximas, desta
reencarnação, na
qual se movimenta, e as remotas, que
procedem
das ações pretéritas. Estas últimas
estabeleceram
já os impositivos de reparação a que o
indivíduo
não pode fugir, amenizando-os ou
vencendo-os
através de atuais ações do rumor, que
promovem
quem as vitaliza e aquele a quem são
dedicadas.
As primeiras, no entanto, as da
presente
existência, vão gerando novos
compromissos
que, se negativos, podem ser atenuados
de
imediato por meio de atitudes opostas,
e, se
positivos, ampliados na sua aplicação.
O tabagismo, o alcoolismo, a
toxicomania, a
sexolatria, a glutonaria, entre outros
fatores
dissolventes e destrutivos, são de
livre opção
anual, não incursos no processo
educativo de
ninguém. Quem, a qualquer deles se
vincula,
padecer-lhe-á, inexoravelmente, o
efeito
prejudicial, não se podendo queixar ou
aguardar
solução de emergência.
O tabagismo responde por cárceres de
várias
procedências, na língua, na boca, na
laringe, por
inúmeras afecções e enfermidades
respiratórias,
destacando-se o terrível enfisema
pulmonar.
Todo aquele que se lhe submete à
dependência
viciosa, está incurso,
espontaneamente, nessa
fatalidade destruidora, que não estava
no seu
programa e foi colocada por
imprevidência ou
presunção.
O alcoolismo é gerador de distúrbios
orgânicos e
psíquicos de inomináveis
conseqüências,
gerando desgraças que, de forma
nenhuma
deveriam suceder. É ele o
desencadeador da
loucura, da depressão ou da
agressividade, na
área psíquica, sendo o responsável por
distúrbios
gástricos, renais e, principalmente,
pela
irreversível cirrose hepática. Seja
através da
aguardente popular ou do whisky
elegante, a
alcoolofilia dízima multidões que se
lhe
entregam espontaneamente.
A toxicomania desarticula as sutis
engrenagens
da mente e desagrega as moléculas do
metabolismo orgânico, lesando vários
órgãos e
alucinando todos quantos se comprazem
nas
ilusões mórbidas que dizem viver, não
obstante
de breve duração. Iniciada a
dependência que se
fez espontânea, desdobrara-se à frente
longos
anos, numa e noutra reencarnação, para
que
sejam reparados todos os danos que
poderiam
ter sido evitados quase sem esforço.
A sexolatria gera distonias
emocionais, por
conduzir o indivíduo ao reduto das
sensações
primitivas, mantendo-os nas áreas do
gozo
insaciável, que o leva à exaustão, a
terríveis
frustrações na terceira idade, se a
alcança, e a
depressões sem conta pelo descalabro
que
desorganiza o corpo e perturba a
mente. Além
desses, são criados campos de
dificuldade
afetiva, de responsabilidade emocional
com os
parceiros utilizados, estabelecendo-se
compromissos desditosos para o
Ii1turo.
A glutoneria, além de deformar a
organização
física, é agente de males que
sobrecarregam o
corpo produzindo contínuas distinções
gastrointestinais, dispepsias, acidez,
ulcerações,
alienando o homem que vive para comer,
quando
deveria, com equilíbrio, comer para
viver.
São muitos os agentes dos infortúnios
para o
homem, que ele aceita no seu
comportamento,
afetando-lhe a vida.
Entretanto, através de outras atitudes
e conduta
poderia preserva-la, prolongá-la, dar-
lhe beleza,
propiciando-lhe harmonia e felicidade.
Além de atingir aquele que elege esta
ou aquela
maneira de agir, os resultados
alcançam os
descendentes que, através das heranças
transmissíveis, conforme as suas
necessidades
evolutivas, as experimentarão.
O comportamento do Espírito, no corpo
ou fora
dele, é responsável pela vida,
contribuindo de
maneira eficaz na sua programática,
igualmente
interferindo na conduta do grupo em
que se
movimenta e onde atua, como dos
descendentes
que de alguma forma se lhe vinculam.
As ações corretas prolongam a
existência do
corpo e promovem o equilíbrio da
mente,
enquanto as atribuladas e agressivas
produzem o
inverno.
Nunca será demasiado repetir-se que,
assim
como o homem pensa e age, edificará a
sua
existência, vivendo-a de conformidade
com o comportamento elegido.
Psicografia de Divaldo Franco. Livro:
Temas da Vida e da Morte
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