As
causas da obsessão variam, de acordo com o
caráter do Espírito.
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Ás
vezes, uma vingança que este toma de um indivíduo de quem guarda queixas
da sua vida presente ou do tempo de outra existência.
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Muitas
vezes, também, não há mais do que o desejo de fazer mal:
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o Espírito,
como sofre, entende de fazer que os outros sofram;
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encontra uma espécie de
gozo em os atormentar, em os vexar, e a impaciência que por isso a vítima
demonstra mais o exacerba, porque esse é o objetivo que colima, ao passo
que a paciência o leva a cansar-se. Com o irritar-se e mostrar-se
despeitado, o perseguido faz exatamente o que quer o seu perseguidor.
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Esses
Espíritos agem, não raro por ódio e inveja do bem;
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daí o lançarem suas
vistas malfazejas sobre as pessoas mais honestas. Um deles se apegou como
"tinha" a uma honrada família do nosso conhecimento, à qual,
aliás, não teve a satisfação de enganar. Interrogado acerca do motivo
por que se agarrara a pessoas distintas, em vez de o fazer a homens maus
como ele, respondeu: estes não me causam inveja.
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Outros
são guiados por um sentimento de covardia, que os induz a se aproveitarem
da fraqueza moral de certos indivíduos, que eles sabem incapazes de lhes
resistirem. Um destes últimos, que subjulgava
um rapaz de inteligência muito apoucada, interrogado sobre os motivos dessa
escolha, respondeu:
-
Tenho grandíssima necessidade de atormentar alguém;
-
uma pessoa criteriosa me repeliria;
-
ligo-me a um idiota, que nenhuma força
me opõe.
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Sob
o ponto de vista global, podemos afirmar que as causas da obsessão se alicerçam
em nossas imperfeições, quais sejam:
que nos
colocam em estado de sintonia vibratória com os espíritos desencarnados em função
da afinidade moral, estando então o Ser sujeito a reajustes e resgates específicos.
Na
visão de Emmanuel e Scheila, apresentadas através das obras psicografadas por
Francisco C. Xavier, as possíveis causas de obsessão são:
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a cabeça e mãos desocupadas;
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a palavra irreverente;
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a boca maledicente;
-
a conversa inútil e fútil,
prolongada;
-
a atitude hipócrita;
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o gesto impaciente;
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a inclinação pessimista;
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a conduta agressiva;
-
o apego demasiado a coisas e
pessoas;
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o comodismo exagerado;
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a solidariedade ausente;
-
tomar os outros por ingratos ou
maus;
-
considerar nosso trabalho
excessivo;
-
o desejo de apreço e
reconhecimento;
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o impulso de exigir dos outros
mais do que de nós mesmos;
-
fugir para o álcool ou drogas
estupefacientes.
Na
análise do Livro dos Médiuns, feita por Ney Prieto Peres (Boletim MEDNESP n.º
2 – dezembro de 1992), são apontadas as seguintes causas de
obsessão:
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vingança de espíritos contra
pessoas que lhes fizeram sofrer nessa ou em vias anteriores;
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Desejo simples de fazer os outros
sofrerem, por ódio, inveja, covardia;
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Para usufruir dos mesmos
condicionamentos que tinham quando na vida física, induzem seus afins a
cometê-los;
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Apegos às pessoas pelas quais
nutriam grandes paixões quando em vida;
-
Por interesses em destruir,
desunir, dominar, provocar o mal, manter distúrbios, partindo de espíritos
inteligentes das hostes inferiores.
Na
avaliação de nosso mentor espiritual André Luiz (Evolução Em Dois Mundos,
psicografado por Francisco C. Xavier, 11ª edição, 1989, pg. 130) caminhamos
pelo universo “sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, temidos e
hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição
inferior à nossa. Isto porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo
de nós mesmos, nos contatos de pensamento
a pensamento, sem necessidade das
palavras para simpatias ou repulsões fundamentais.” O mesmo mentor,
(Mecanismos da Mediunidade – Francisco C. Xavier – Waldo Vieira, 13ª edição,
1994, pg., 82-83) nos diz “É o pensamento contínuo fluxo energético,
incessante, revestido de poder criador inimaginável, (...). A corrente
mental,
segundo anotamos, vitaliza particularmente todos os centros da alma e, conseqüentemente
todos os núcleos endócrinos e junturas plexiformes da usina física,
em cuja urdidura dispõe o Espírito de recursos para os serviços da emissão e
recepção ou exteriorização dos próprios pensamentos e assimilação dos
pensamentos alheios.”
Zulmira (encarnada) - Odila (desencarnada)
... Foi então que Zulmira, dominada pelo arrependimento e atormentada pela noção de culpa, desceu, em espírito, ao padrão vibratório de Odila que a seguia, em silêncio, revoltada.
- Enquanto se mantinha com a paz de
consciência, defendia-se naturalmente contra a perseguição invisível,
como se morasse num castelo fortificado,
- mas, condenando a si mesma, resvalou em
deplorável perturbação, à maneira de alguém que desertasse de uma casa
iluminada, embrenhando-se numa floresta de sombra.
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