No capítulo três do livro "No Mundo Maior", psicografado por
Chico Xavier, o autor espiritual André Luiz nos transmite uma
interessante aula do instrutor espiritual Calderaro sobre o cérebro. O
capítulo se intitula "A casa mental" e Calderaro, após uma demonstração
da fisiologia cerebral, indica a André a divisão cerebral em três
províncias distintas, adotada no Plano Espiritual. Essas três áreas
correspondem a três setores, a saber:
1: Lobos frontais
2: Região situada desde o córtex motor até a extremidade da medula espinhal
3: Gânglios da base, postados mais inferiormente
Mais adiante, de maneira didática, Calderaro faz analogia entre o
cérebro e um "castelo de três andares". No andar mais baixo Calderaro
situou "a residência de nossos impulsos automáticos"; no intermediário, "o domínio das conquistas atuais"; no superior, "a casa das noções superiores". Acrescentou ainda o sábio instrutor que no primeiro andar residiam "o hábito e o automatismo"; no segundo, "o esforço e a vontade"; no terceiro, "o ideal e a meta superior".
Explicou ainda Calderaro que os três andares poderiam corresponder,
respectivamente, a "subconsciente, consciente e superconsciente",
representando, respectivamente, "passado, presente e futuro". As
explicações de Calderaro são preciosas e coincidem com aquelas que
encontramos em outra excelente fonte de pesquisas, "A Grande Síntese",
de Pietro Ubaldi, obra merecedora de prefácio de Emmanuel por meio do
mesmo médium, Chico Xavier. Pois neste livro também se estuda o cérebro
dessa maneira, arquitetado em três níveis distintos.
A ciência começa a trilhar mais claramente o mesmo caminho já
delineado por André Luiz e Pietro Ubaldi. É o que depreendemos ao ler o Jornal da Família, suplemento do jornal "O Globo", de 20 de junho de 2004, na reportagem intitulada "Freud tinha razão", de M. Cezimbra.
A matéria comenta e comemora recentes descobertas de
neurocientistas, que propuseram um novo mapeamento do cérebro,
coincidente com o modelo mental proposto por Sigmund Freud, o criador da
Psicanálise.
Nesse mapeamento cerebral, concebido após aplicação à neurofisiologia
de recentes técnicas de obtenção de imagens tecnológicas, os
neurocientistas identificaram uma espécie de "andar superior" no
cérebro, correspondendo anatomicamente ao córtex dorsal frontal e
funcionalmente ao que Freud chamou de "superego"; propuseram ainda a existência de um "andar intermediário", correspondendo ao "córtex cerebral posterior" e ao que Freud denominou de "ego"; por fim, localizaram os pesquisadores um "andar inferior", correspondendo ao tronco cerebral e, em termos de função, ao que Freud denominou de "id".
É muito interessante e significativo que na própria reportagem se
faça referência ao "andar inferior", tronco cerebral ou "id" como sede
de impulsos inconscientes; ao "andar intermediário", córtex posterior ou
"ego" como área consciente; e ao "andar superior", córtex dorsal
frontal ou "superego" como sede de "repressões culturais. A
neurofisiologia e a psicanálise caminham afinal para um entendimento, ao
que parece, e essa concordância tende a se dar em torno de um modelo
para o cérebro que data, na literatura espírita, de 1947 (ano em que
André Luiz nos ditou a obra "No Mundo Maior") e na obra de Pietro Ubaldi, de 1933 (época em que surgiu "A Grande Síntese", e mesmo ano da descoberta de Freud).
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