domingo, 16 de dezembro de 2012

Pena de morte espirita


Do ponto-de-vista do espírito, para quê serve a pena de morte? Aniquila-se o corpo material, sim! E o espírito? Segue vivo! Que fará após o desencarne? Terá compreendido seus equívocos e padecerá de remorso? Ou terá o ódio redobrado contra seus inimigos, declarando-lhes guerra total e incessante, mobilizando todo o potencial de destruição que seu espírito em desalinho pode arregimentar? E o futuro dos espíritos envolvidos no drama pré-execução – políticos interessados em obter o poder daquele que se vai, os juízes, promotores, advogados, testemunhas e outros?...
O lúcido espírito Emmanuel postou-se frontalmente contra a pena de morte, apontando a injustiça do drama do Calvário que ceifou a vida do Justo. Afinal, quem é o Supremo Juiz, Aquele que provê a verdadeira justiça final?
Considere-se a lei de causa e efeito: Saddam – e quaisquer outros ex-ditadores eventualmente tidos por “sanguinários” – seria o causador de um imenso desatino original? Ou seria ele próprio um ator secundário, apenas o algoz infligidor dos sofrimentos coletivos pelos quais deveriam obrigatoriamente passar aqueles pesados devedores de encarnações pretéritas que caíram diante do seu tacão nestes tempos recentes –, ou seja, Saddam teria sido um mal “necessário”? E que, por sua vez, por não ter desenvolvido o sentimento da piedade para com espíritos devedores, acabou por gerar uma pesada dívida para si próprio?
“Ai, porém, daquele por cujas mãos vier a vingança”.
No tocante aos juízes de Saddam, de lembrar-se que, por vezes, em sessões mediúnicas, aparecem espíritos duros e revoltados contra parentes, ex-sócios, ex-amigos e outros, a quem “jamais perdoarão”, buscando justificar aguda perseguição e vingança. De tão pétreos na alma, recusam-se a considerar as nobres propostas de perdão ou indulgência propostas pelo Mestre, através dos doutrinadores na reunião. Então, sucede que espíritos partícipes e trabalhadores habituais da sessão providenciam uma forma do espírito duro volver o olhar para o passado mais remoto, quando então percebe que foi ele, mais atrás no tempo, quem começou o desequilíbrio. E constata que a “agressão intolerável” de que se julgava vítima não passava de ajuste de contas..., por um outro que também não soube perdoar... É comum, então, que o espírito caia em si e serene seu ânimo vingativo.
Bem, as considerações sobre o tema castigo, pena de morte, etc, podem ser incontáveis, todavia, o ser humano em geral não tem condições objetivas, pelos postulados da Doutrina Espírita, de julgar imparcialmente as faltas alheias! Isto porque a “Verdade verdadeira”, axiomática, somente pode ser promovida pela Justiça Divina, fora de nosso alcance... No mais, tem-se a imposição da força, do interesse, da cupidez, da astúcia, da prepotência ou, no mais das vezes, de dramático desconhecimento das coisas da vida...
“Não julgueis para não serdes julgados”.
 

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