sábado, 3 de maio de 2014

pneumatografia (Espirita.)

ESCRITA DIRETA DOS ESPÍRITOS - ESCRITA INDEPENDENTE - PSICOGRAFIA INDIRETA
        Tomemos, por exemplo, uma cestinha de 15 a 20 centímetros de diâmetro que pode ser de madeira ou de junco, a substância é indiferente. Então, através do fundo dessa cesta se faz passar um lápis fixado solidamente, com a ponta para fora e para baixo, mantendo-se o todo em equilíbrio sobre a ponta do lápis colocado sobre uma folha de papel, aplicando-se os dedos sobre a cesta, se os Espíritos desejarem comunicar-se, esta se moverá naturalmente, formando traços, desenhando ou escrevendo, palavras, frases ou mensagens completas. Porém, a escrita assim obtida nem sempre é legível.
        Nesta fase usou-se, também, a ardósia com um lápis apropriado, também, designada cesta pião. Depois, várias outras disposições foram imaginadas para atingir o mesmo fim. A mais cômoda é a denominada de cesta de bico, e que consistia em adaptar sobre a cesta uma haste de madeira inclinada, fazendo saliência de 10 a 15 centímetros de lado, como se fosse na posição do mastro de gurupés ou de um navio.

Pneumatografia - (Do grego - pneuma - ar, sopro, vento, espírito, e graphô, escrevo.) - Escrita direta dos Espíritos, sem o auxílio da mão de um médium.
Médiuns pneumatógrafos: os que têm a capacidade de obter escrita direta dos espíritos. Fenômeno muito raro e, sobretudo, muito fácil de ser imitado pelos trapaceiros. 
NOTA. Os Espíritos insistiram, contra a nossa opinião, em incluir a escrita direta entre os fenômenos de ordem física, pela razão, disseram eles, de que: "Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium, o que não se dá na escrita direta. A ação do médium é aqui toda material, ao passo que no médium_escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel ativo."

        Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes.  Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara.
        Desenvolve-se, provavelmente, pelo exercício; mas, como dissemos, sua utilidade prática se limita a uma comprovação patente da intervenção de uma força oculta nas manifestações. Só a experiência é capaz de dar a ver a qualquer pessoa se a possui. Pode-se, portanto, experimentar, como também se pode inquirir a respeito um Espírito protetor, pelos outros meios de comunicação.  Conforme seja maior ou menor o poder do médium, obtêm-se simples traços, sinais, letras, palavras, frases e mesmo páginas inteiras.  Basta de ordinário colocar uma folha de papel dobrada num lugar qualquer, ou indicado pelo Espírito, durante dez minutos, ou um quarto de hora, às vezes mais.  A prece e o recolhimento são condições essenciais; é por isso que se pode considerar impossível a obtenção de coisa alguma, numa reunião de pessoas pouco sérias, ou não animadas de sentimentos de simpatia e benevolência.

        A escrita direta, ou pneumatografia, é a que se produz espontaneamente, sem o concurso, nem da mão do médium, nem do lápis.  Basta tomar-se de uma folha de papel branco, o que se pode fazer com todas as precauções necessárias, para se ter a certeza da ausência de qualquer fraude, dobrá-la e depositá-la em qualquer parte, numa gaveta, ou simplesmente sobre um móvel.  Feito isso, se a pessoa estiver nas devidas condições, ao cabo de mais ou menos longo tempo encontrar-se-ão, traçados no papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações, as mais das vezes com uma substância acinzentada, análoga à plumbagina, doutras vezes com lápis vermelho, tinta comum e, mesmo, tinta de imprimir.
        A escrita se forma por meio de uma matéria depositada sobre o papel. 
        A pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem intermediário algum; difere dapsicografia, por ser esta a transmissão do pensamento do Espírito, mediante a escrita feita com a mão do médium.
        O fenômeno da escrita direta é, não há negar, um dos mais extraordinários do Espiritismo; mas, por multo anormal que pareça, à primeira vista, constitui hoje fato averiguado e incontestável. A teoria, sempre necessária, para nos inteirarmos da possibilidade dos fenômenos espíritas em geral, talvez mais necessária ainda se faz neste caso que, sem contestação, é um dos mais estranhos que se possam apresentar, porém que deixa de parecer sobrenatural, desde que se lhe compreenda o princípio.
        Da primeira vez que este fenômeno se produziu, a da dúvida foi a impressão dominante que deixou.  Logo acudiu aos que o presenciaram a ideia de um embuste. Toda gente, com efeito, conhece a ação das tintas chamadas simpáticas, cujos traços, a princípio completamente invisíveis, aparecem ao cabo de algum tempo. Podia, pois, dar-se que houvessem, por esse meio, abusado da credulidade dos assistentes e longe nos achamos de afirmar que nunca o tenham feito.  Estamos até convencidos de que algumas pessoas, seja com intuitos mercantis, seja apenas por amor-próprio e para fazer acreditar nas suas faculdades, hão empregado subterfúgios. 

        Uma vez que a possibilidade de escrever sem intermediário representa um dos atributos do Espírito; uma vez que os Espíritos sempre existiram desde todos os tempos e que desde todos os tempos se hão produzindo os diversos fenômenos que conhecemos, o da escrita direta igualmente se há de ter operado na antigüidade, tanto quanto nos dias atuais. Deste modo é que se pode explicar o aparecimento das três palavras célebres, na sala do festim de Baltazar.  
        A Idade Média, tão fecunda em prodígios ocultos, mas que eram abafados por meio das fogueiras, também conheceu necessariamente a escrita direta, e possível é que, na teoria das modificações por que os Espíritos podem fazer passar a matéria, se encontre o fundamento da crença na transmutação dos metais.
        Todavia, quaisquer que tenham sido os resultados obtidos em diversas épocas, só depois de vulgarizadas as manifestações espíritas foi que se tomou a sério a questão da escrita direta.  Ao que parece, o primeiro a torná-la conhecida, estes últimos anos, em Paris, foi o barão de Guldenstubbe, que publicou sobre o assunto uma obra muito interessante, com grande número de fac similes das escritas que obteve. O fenômeno já era conhecido na América, havia algum tempo. A posição social do Sr. Guldenstubbe, sua independência, a consideração de que goza nas mais elevadas rodas incontestavelmente afastam toda suspeita de fraude intencional, porquanto nenhum motivo de interesse havia a que ele obedecesse. Quando muito, o que se poderia supor, é que fora vítima de uma ilusão; a isto, porém, um fato responde peremptoriamente: o de haverem outras pessoas obtido o mesmo fenômeno, cercadas de todas as precauções necessárias para evitar qualquer embuste e qualquer causa de erro.

        A escrita direta se obtém, como, em geral, a maior parte das manifestações_espíritas não espontâneas, ...
  • por meio da concentração,
  • da prece
  • e da evocação.
        Têm-se produzido em igrejas, sobre túmulos, no sopé de estátuas, ou imagens de personagens evocadas. 
        Evidente, porem, é que o local nenhuma outra influência exerce, além da de facultar maior recolhimento espiritual e maior concentração dos pensamentos; porquanto, provado está que o fenômeno se obtém, igualmente, sem esses acessórios e nos lugares mais comuns, sobre um simples móvel caseiro, desde que os que desejam obtê-lo se achem nas devidas condições morais e que entre esses se encontre quem possua a necessária faculdade mediúnica.
        Julgou-se, a princípio, ser preciso colocar-se aqui ou ali um lápis com o papel. O fato então podia, até certo ponto, explicar-se. É sabido que os Espíritos produzem o movimento e a deslocação dos objetos; que, algumas vezes, os tomam e atiram longe.  Bem podiam, pois, tomar também do lápis e servir-se dele para traçar letras. Visto que o impulsionam, utilizando-se da mão do médium, de uma prancheta, etc., podiam, do mesmo modo, impulsioná-lo diretamente. 
        Não tardou, porém, se reconhecesse que o lápis era dispensável, que bastava um pedaço de papel, dobrado ou não, para que, ao cabo de alguns minutos, se achassem nele grafadas letras. Aqui, já o fenômeno muda completamente de aspecto e nos transporta a uma ordem inteiramente nova de coisas. As letras hão de ter sido traçadas com uma substância qualquer. Ora, sendo certo que ninguém forneceu ao Espírito essa substância, segue-se que ele próprio a compôs. Donde a tirou? Esse o problema.
        Para escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem dos nossos instrumentos. - Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos de que há mister, tirando, para isso, os materiais precisos, do elemento_primitivo_universal que, pela ação da sua vontade, sofre as modificações necessárias à produção do efeito desejado. Possível lhe é, portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita, conforme temos tido ensejo de verificar. A filha de um senhor que conhecemos, menina de 12 a 13 anos, obteve páginas e páginas escritas com uma substância análoga ao pastel.
DANIEL [5]
  • 1 O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na presença dos mil.
  • 2 Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem por eles o rei, e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
  • 3 Então trouxeram os vasos de ouro que foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
  • Beberam vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, e de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra.
  • 5 Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo.
  • Mudou-se, então, o semblante do rei, e os seus pensamentos o perturbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro.
  • E ordenou o rei em alta voz, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei, e disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler esta escritura, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e no reino será o terceiro governante.
  • 8 Então entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler o escrito, nem fazer saber ao rei a sua interpretação.
  • 9 Nisto ficou o rei Belsazar muito perturbado, e se lhe mudou o semblante; e os seus grandes estavam perplexos.
  • 10 Ora a rainha, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete; e a rainha disse: ó rei, vive para sempre; não te perturbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante.
  • 11 Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus, e dos adivinhadores;
  • 12 porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento e entendimento para interpretar sonhos, explicar enigmas e resolver dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação.
  • 13 Então Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, e disse à Daniel: és tu aquele Daniel, um dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?
  • 14 Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham a luz, o entendimento e a excelente sabedoria.
  • 15 Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios, os encantadores, para lerem o escrito, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras.
  • 16 Ouvi dizer, porém, a teu respeito que podes dar interpretações e resolver dúvidas. Agora, pois, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço, e no reino serás o terceiro governante.
  • 17 Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro; todavia vou ler ao rei o escrito, e lhe farei saber a interpretação.
  • 18 O Altíssimo Deus, ó rei, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e a grandeza, glória e majestade;
  • 19 e por causa da grandeza que lhe deu, todos os povos, nações, e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava, e a quem queria conservava em vida; a quem queria exaltava, e a quem queria abatia.
  • 20 Mas quando o seu coração se elevou, e o seu espírito se endureceu para se haver arrogantemente, foi derrubado do seu trono real, e passou dele a sua glória.
  • 21 E foi expulso do meio dos filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante aos dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que o Altíssimo Deus tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele.
  • 22 E tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste tudo isso;
  • 23 porém te elevaste contra o Senhor do céu; pois foram trazidos a tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus grandes, as tua mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.:
  • 24 Então dele foi enviada aquela parte da mão que traçou o escrito.
  • 25 Esta, pois, é a escritura que foi traçada: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSlM.
  • 26 Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.
  • 27 TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.
  • 28 PERES: Dividido está o teu reino, e entregue aos medos e persas.
  • 29 Então Belsazar deu ordem, e vestiram a Daniel de púrpura, puseram-lhe uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamaram a respeito dele que seria o terceiro em autoridade no reino.
  • 30 Naquela mesma noite Belsazar, o rei dos caldeus, foi morto.
  • 31 E Dario, o medo, recebeu o reino, tendo cerca de sessenta e dois anos de idade.

      Os grandes fatos da clarividência, assim como da escrita direta e independente, têm sido tão completamente demonstrados e são tão evidentemente demonstráveis, em suas condições peculiares, que nenhum perfeito e sincero investigador poderá contestá-los. As condições em que se têm produzido, são tais, que isolam toda possibilidade de fraude. Novos testemunhos a seu respeito estão aparecendo diariamente em todas as partes do Globo. Exibindo, como o fazem, o lado físico e o mental de muitos fenômenos análogos, eles podem ser perfeitamente escolhidos como fatos típicos, já hoje incontroversos, e oferecendo bases de certeza a uma ciência_psico-física, justificando uma crença implícita na imortalidade.
        "É uma questão de evidência primeiro, e depois de explicação, tanto quanto for possível, dos fatos, corno eles devem ser estabelecidos." Assim escreveu o eminente jurisconsulto e primeiro ministro inglês, Williarn E. Gladstone, em 16 de Outubro de 1878, a respeito desses fenômenos.
[97 - página 29]  - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)
        Os fenômenos da escrita direta e da clarividência foram escolhidos para servir de base científica, porque não se encontra brecha, nem dúvida concebivel, no método experimentativo pelo qual eles foram e são diariamente verificados e confirmados.
  • Pode haver outros fenômenos mais surpreendentes, a cujo conhecimento uma cabal convicção destes nos pode com segurança levar; 
  • nenhum, porém, que o saibamos, impressionará melhor os sentidos e a razão do cientista que busca a sua confirmação.
        Sejam todos os médiuns de escrita direta apanhados em fraude, isso não invalidará os fenômenos até provar-se que um prestidigitador perito, sem ter faculdades_mediúnicas, possa produzi-los em idênticas condições. Isso, pela natureza do fato, não se pode dar, visto envolver o exercício de uma faculdade, ao mesmo tempo anormal e transcendente, sem a qual o fato seria inexplicável.

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