domingo, 8 de junho de 2014

MEDIUNIDADE - TEORIA E PRÁTICA


1ª Parte
"Qualquer trabalho espiritualista implica acesso a, e manipulação de, energias potencialmente perigosas. O manuseio destas, de forma irreverente, quase sempre se converte em complicações irreversíveis aos que assim procedem."

Com as anotações acima damos início à descrição prática da Mediunidade. Faculdade peculiar e natural a toda criatura humana, não obstante, ainda cercada de incompreensões, crendices e mistérios. Nas apostilas 01 à 09 fizemos referências a algumas particularidades inerentes à essa faculdade, também chamada de paranormal. A partir desta apostila, porém, nos deteremos em análises mais completas, abrigando teoria e prática.
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O Médium e seus Corpos
Para que se possa entender o mecanismo que propicia o funcionamento da faculdade mediúnica é necessário que antes se conheça a constituição integral do SER. Para facilitar essa compreensão elaboramos a figura ao lado, na qual expomos os corpos que compõem o SER Integral, e os planos onde cada corpo se situa, respectivamente. Fazendo referência aos planos de existência, temos:
Planos - 2 - Monádico, dimensão onde se situa e permanece o espírito, que é também chamado de centelha divina, ou mônada.
 
3 - Átmico ou Atmam.
4 - Búddhico ou Buddhi
5 - Mental Superior
Os planos Átmico, Búddhico e Mental Superior são regiões nas quais se dá a evolução do SER sob critérios Super Humanos.

5 - Mental Inferior
6 - Astral
7 - Físico
Os planos 5 inferior, 6 e 7 se situam nas dimensões chamadas de evolução Humana. Etapa evolutiva na qual se encontram os viventes na Terra. Somente quando vencidas as etapas correspondentes aos planos 7, 6 e 5, nessa ordem ascensional, é que o SER tem acesso ao plano 4. O que a figura nos descreve é o que podemos chamar deO Homem Integral. O SER inteligente, vivente na Terra, em todos os seus componentes.
Entretanto, para facilitar o estudo da Mediunidade, e apenas para facilitar o estudo, faremos uso da figura ao lado para descrever esse mesmo SER de forma mais simplificada. Nela vemos:
1 - Plano Consciencial, no qual estamos resumindo todos os planos situados "acima" do plano Mental . Será, para este estudo, a dimensão do Espírito, ou consciência.
2 - Plano Mental, onde, no desenho, englobamos o Mental Superior e o Mental Inferior. Neste plano o espírito manifesta-se fazendo uso do corpo Mental, sede do pensamento.
3 - Plano Astral, dimensão onde o Espírito se manifesta fazendo uso do corpo Astral. Allan Kardec, fundador da Doutrina dos Espíritos, ou Doutrina Espírita, deu ao corpo Astral o nome de perispírito. E´ também conhecido pelos nomes de psicossoma, sede dos desejos e das sensações.
4 - Plano Físico, onde estamos nesta atual existência como seres encarnados. Neste plano o espírito faz uso do corpo denominado de humano, também chamado de soma, ou corpo das ações. Acoplado ao corpo humano e fazendo parte deste, temos o corpo por nome Duplo-Etérico. Esse nome deriva do fato de esse invólucro ser a cópia fiel, em matéria rarefeita, ou energética, do corpo humano.
Esses corpos não se acham desligados uns dos outros. Podemos dizer que estão separados por força do aspecto dimensional da matéria de que são compostos, porém, interligados por tenuíssimos filetes de energia, distribuídos em cada célula do corpo, quando estes se acham acoplados durante o estado de vigília.
Quando os corpos se desacoplam, por motivos vários a que nos referiremos mais à frente, os tenuíssimos filetes de energia se concentram num só centro, formando um cordão. Dessa formação temos o cordão de Ouro, representado na figura acima pelo segmento "A", interligando o corpo Mental ao corpo Astral, e o cordão de Prata, segmento "B", interligando o corpo Astral ao corpo Físico. Os estudos do Cordão de Prata e Cordão de Ouro serão vistos na apostila 12.
Desacoplamento dos corpos
Alguns fatores que provocam o desacoplamento dos corpos, referente a Corpo Astral do corpo Físico são - o ato de dormir; o exercício da mediunidade incorporativa; o estado de desdobramento psíquico, onde a pessoa tem o corpo físico num determinado local e, ao mesmo tempo, é vista em seu corpo Astral em outro lugar; a faculdade de transporte, na qual o médium transfere de um outro local, ou de uma outra dimensão, objetos que lá se encontravam; a clarividência viajora, circunstância em que o médium deixa seu corpo físico em repouso, em estado sonambúlico, e vai com seu corpo Astral ao local do qual enviará informações a respeito do que está vendo; a chamada projeção astral, ou projeção da consciência, mais comumente conhecida como viagem astral, em que o projetor, conscientemente deixando o corpo Físico, "viaja" até o local, ou dimensão, à qual é atraído, e, por último, a morte do corpo Físico.
Neste último caso, isto é, a morte do corpo Físico, implica no rompimento do cordão de Prata. Nos demais casos ele se distende, elastece-se a distâncias inimagináveis sem que ocorra sua ruptura, permitindo, assim, ao corpo Astral, inteira liberdade de ação no plano correspondente ao qual se encontrar.
Desacoplamento Corpo Mental do corpo Astral - o ato, no plano Astral, semelhante ao ato humano de dormir; a mediunidade a nível mais profundo quando o médium na Terra desdobra-se ao plano Astral e deste, em etapa sucessiva, penetra no plano Mental, acontecimento comum na prática da meditação. Neste caso, além da distensão do cordão de Prata ocorre também a distensão do cordão de Ouro. E por último, o desacoplamento entre o corpo Mental e o corpo Astral que se dá pelo fenômeno chamado de segunda morte. Isto acontece quando, por evolução, o SER deixa, em definitivo, o corpo Astral, passando a viver só com o corpo Mental. Nesta circunstância rompe-se o cordão de Ouro.
Agora, analisemos por partes.
Corpo Humano - E´ o veículo de manifestação do espírito na face da Terra. Nesta dimensão os átomos de energia se condensaram na condição máxima conhecida por nós, e passaram a ser chamados de matéria. Portanto, matéria nada mais é que energia condensada, ou Luz Coagulada, no dizer de um autor espiritual, fato esse largamente conhecido da ciência nuclear.
Os átomos se aglomeram por atração simpática criando cadeias químicas que dão origem às substâncias. Estas, por sua vez, mutuamente se atraindo, formam os componentes orgânicos e inorgânicos. Os componentes orgânicos permitem a formação dos diferentes órgãos, e estes, em seu conjunto, formam os diferentes corpos animais que temos na Terra, inclusive o do homem. Magnífica e complexa escala de acontecimentos e transformações em cujo cimo se acha o espírito individual de cada SER, regendo, controlando e determinando a formação, desenvolvimento, envelhecimento e morte de seu equipamento.
Duplo-Etérico - E´ a parte invisível do corpo humano. E´ composto de matéria pertencente à dimensão física mas situada na escala das energias. Esse invólucro energético ultrapassa as linhas externas do corpo humano em mais ou menos um centímetro. O Duplo-Etérico é também conhecido como o veículo vitalizador de todo o conjunto físico.
E´ ele que absorve a energia cósmica distribuindo-a por toda a parte densa do corpo. Essa energia cósmica é o chamado "Fluido Cósmico Universal", assim denominado por Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, questão 135-A). Helena Petrovna Blavatsky também faz referência à essa energia que preenche todo o Cosmo, chamando-a de Fohat, da linguagem sânscrita, (A Doutrina Secreta, vol. 1, págs. 158,159,160 e 161). Em outras escolas do pensamento é chamada de Prana, e outras a denominam de Chi ( Ki ).
Para melhor compreender essa função vitalizadora exercida pelo Duplo-Etérico, façamos uma comparação. A vida do corpo humano depende de três modalidades de vitalização, ou alimentação, quais sejam: 
a) - Alimento sólido ou refeições;
b) - Oxigênio do ar ou respiração;
c) - Energia cósmica absorvida através dos chacras.
Os alimentos sólidos são ingeridos e transformados pelo sistema intestinal do organismo. O oxigênio do ar é absorvido via pulmões. A energia cósmica é absorvida pelos chacras, metabolizada e difundida pelo Duplo-Etérico. Portanto, dentro do processo vitalizador do corpo, o Duplo-Etérico é de capital importância. Sobre a descrição dos chacras iremos fazê-lo mais à frente.
Outra curiosidade a respeito do Duplo-Etérico, é que apesar de sua forma ser idêntica à forma do corpo humano, não se presta, porém, como veículo independente para a manifestação da consciência, tal como ocorre com os corpos Físico, Astral e Mental. Ele é apenas o componente etérico do corpo humano, daí seu nome ser "Duplo-Etérico", ou, "Cópia etérica do corpo Físico". Um composto resultante da associação entre os elementos do ambiente físico, quais sejam, do sistema nervoso do indivíduo, e, do ambiente astral, o psiquismo do mesmo.
Dessa constatação ressalta sua importância no fenômeno da mediunidade que reclama cuidados a serem tomados na forma de disciplina, como comentamos em apostilas precedentes, para se evitar desequilíbrios de todo o sistema, que, em acontecendo, se traduzirão nos processos de descontroles emocionais e esquizofrênicos, como são chamados na linguagem da psiquiatria.
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Devido a extensão do tema, na próxima apostila daremos prosseguimento à análise do Duplo-Etérico.

Bibliografia:


André Luiz/Francisco C. Xavier - Entre a Terra e o Céu, pág. 78 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Nos Domínios da Mediunidade, pgs.99,123, 260 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Missionários da Luz, capítulo 3 e pág. 323 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Libertação, págs. 24, 62, 85 e 115 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Desobsessão, capítulo 2 e pág 25 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Evolução em dois Mundos, págs. 107 e 129 - Federação Espírita Brasileira
Emmanuel/Francisco C. Xavier - O Consolador, pergunta 151 - Federação Espírita Brasileira
Hermínio Corrêa de Miranda - Diálogo com as Sombras, pág 55 - Federação Espírita Brasileira
Hernani Guimarães Andrade - Espírito, Perispírito e Alma, págs. 66, 70, 149, 159, 192 e cap 7 - Editora Pensamento
Waldo Vieira - Projeciologia, capítulos 90 ao 93 - Editado pelo autor
Albert de Rochas - Exteriorização da Sensibilidade notas "E" e "L" - Editora Cultural Espírita
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta, vol. I, págs. 158, 159, 160, 161 e 282 - Editora Pensamento
Annie Besant - A Vida do Homem em Tres Mundos - Editora Pensamento
Annie Besant - O Homem e seus Corpos - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - A Mônada - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - O Plano Astral - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Duplo Etérico - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Lawrence Bendit e Phoebe Bendit - O Corpo Etérico do Homem - Editora Pensamento
Elza Baker - Cartas de Um Morto Vivo - pág 108 - Livraria Allan Kardec Editora

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