domingo, 13 de setembro de 2015

FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA ORGÂNICA

FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA ORGÂNICA
Introdução
"Todo aquele que comete o mal, é escravo do mal" Jesus-João, 8:34 "A cada um segundo suas obras". Apoc, 20:13
A Organização Mundial de Saúde define que "Saúde resulta da harmonia de três fatores essenciais, a saber; bem — estar psicológico, equilíbrio orgânico e satisfação econômica".
A questão da saúde e da doença é a maior preocupação de todos nós. A grande busca da ciência médica, incansável em suas pesquisas, tem levado a grandes avanços no conhecimento de mecanismos e permitido a descoberta de inúmeros métodos de propedêutica e de lerapêudica para várias doenças, o que tem trazido alívio a milhares de pacientes. Entretanto, nós, médicos, percebemos que, apesar de todo esse trabalho, louvável sem dúvida e de todo progresso obtido, a ciência médica ainda não consegue curar a maioria das doenças. Na realidade, as possibilidades de se obter cura com os métodos atuais restringe-se à minoria, sendo que, em parte dessas, aquela é espontânea e não devida a qualquer ação médica.

A própria característica evolutiva das doenças não é de domínio seguro do conhecimento médico. Um grande número de pacientes representa evolução insatisfatória de seu processo doentio, às vezes, culminando com o óbito ou sequelas graves irreversíveis, apesar de todo o esforço do profissional. Pacientes com quadros idênticos apresentam evoluções diferentes sem explicação definida.

Todas essas ocorrências são atribuídas ao acaso, pela medicina acadêmica, a qual, no entanto, cumprindo seu papel de ciência, não interrompe suas pesquisas para confirmar ou mudar sua postura atual.
O que falta conhecer? Os homens questionam a Deus, a sua justiça e a si mesmos.

O homem, para o médico, mal se distingue do animal, mas a ocorrência das doenças mentais mostra a existência de outras "estruturas", diferentes daquelas vistas no animal e ainda não identificadas no laboratório. A Física Quântica, no início do século, demonstrou-nos a fragilidade das bases sobre as quais se fundamentavam a ciência tradicional. Incríveis descobertas aconteceram: o tempo e o espaço têm uma existência relativa; a matéria não é sólida como se pensava; ela é composta de energia pura e essa pode se manifestar de diferentes maneiras; o Universo é uno e todos os fatos estão, de alguma forma, intimamente interligados.

O Homem participa das propriedades da matéria e, assim, nada mais é do que energia e se compõe de recursos espirituais, cuja percepção real ainda é vaga à criatura vulgar. Entre esses recursos espirituais encontramos: o Perispírito, semi-material com características próprias; e o pensamento, uma energia extremamente poderosa. A doença física pode ser contrabalançada por uma postura mental positiva e apoio social; e os problemas emocionais ou o isolamento social podem fazer a pessoa sentir-se doente, apesar de fisicamente bem. Sem dúvida, os fatores mentais sempre influenciam. Diante desses fatos, faz-se urgente repensarmos o conceito de doença e saúde.

O Espiritismo muito tem para auxiliar, nessa atual posição do conhecimento médico, pela suas informações sobre a transcendência da vida, mostrando que essa deve ser considerada dentro da realidade do Espírito e não apenas na transitoriedade física.

O advento de Jesus à Terra trouxe-nos uma certeza: de que essa visão do Espírito deve ser acrescida aos estudos médicos, ao constatarmos que Ele foi a única pessoa que, vivendo neste planeta, não apresentou nenhuma doença. Sendo moralmente perfeito, não era passível ou não necessitava de doença em sua missão. A doença seria, então, secundária a uma questão evolutiva ou moral.

Em Suas atitudes, nos processos de curas dos doentes, isso ficava transparente: Ele não curou a todos que O procuraram (não havia merecimento?!), e aos que foram curados, Jesus propôs posturas de equilíbrio moral, para que se mantivessem sadios.

A dor não é punição, mas mecanismo a serviço da Vida. Sua ocorrência é inevitável na Terra e nas áreas que a circundam. O homem é serão paliativos e a doença retornará.
O Conhecimento Médico Acadêmico Atual e a Visão Espírita
Mostraremos a seguir a visão da medicina acadêmica sobre as doenças, com a sua classificação, causas e padrões evolutivos, para comparação com a visão do conhecimento espiritual.

1. Mentais
2. Orgânicas:

a) Congênita:
- Puras - não complicadas

- Complicadas (associações)

b) Adquiridas:

- Carenciais (ex.: fome, falta de assistência médica)

- Traumáticas (ex.: acidentes ou atos criminosos)

- Tóxicas (ex.: alcoolismo, tabagismo)

- Infecciosas (ex.: bactérias, fungos, vírus)

- Inflamatórias

- Degenerativas (ex.: arterosclerose)

- Desconhecidas

- Associações
A medicina explica os padrões evolutivos e o prognóstico dos processos doentios pelos seguintes aspectos:

1 - Extensão do acometimento;

2 — Órgão acometido;

3 - Virulência do agente agressor;

4 — Resistência orgânica;

5 - Doenças associadas;

6 - Duração do processo;

7 — Padrão psicológico;

8 — Acesso a cuidado médico;

9 — Fatores desconhecidos.

Iniciaremos aqui a nossa busca de associar o conhecimento médico acadêmico ao da medicina espiritual pela seguinte questão:

- Por que a divisão em doença física e doença mental?

Necessitaremos dos conhecimentos trazidos pelos capítulos outros sobre a consciência e os corpos. - Corpos mais sutis (Corpo Mental -Corpo Astral ^Duplo Etérico ^Corpo Físico).

(As setas foram colocadas para mostrar que entre os corpos há fluxo e refluxo de energias, de acordo com as necessidades do Espírito).

A energia proveniente dos corpos mais sutis tem que ser adaptada à densidade dos vários corpos, pelos quais percorre, desde os níveis mentais superiores até o de maior densidade: o físico. Essa adaptação nem sempre é possível, devido às características especiais de determinados tipos energéticos e desses corpos, os quais têm um padrão específico, que, algumas vezes, não tem condição de ser adaptado à vibração do outro, como a matéria física, por exemplo.

As energias espirituais, buscando a matéria, vão sofrendo, pouco a pouco, um processo de condensaçào que é máximo no Físico. Nessa linha de pensamento, os desequilíbrios do psiquismo, em nível do Corpo Mental, quando mais graves e sem possibilidade de adaptação a outros corpos mais densos, permanecem como manifestação de doença mental, sem comprometimento orgânico expressivo.

Essa corrente energética até as estruturas mais densas ocorre devido a necessidade de experiências e de expurgo dessas energias deletérias, criadas pelo nosso psiquismo. A manifestação dessas em desequilíbrio nos corpos mais densos é o que chamamos de doença e a cura será obtida pela liberação das mesmas.

"Há corpos onde os níveis de expurgação são maiores. Dessa forma, as manifestações doentias surgem desde a concretude em nível corporal, até as sutilezas dos processos mentais, sendo que esses últimos se enraízam mais profundamente e representam comprometimentos mais graves. Qualquer que seja o processo, sempre haverá sinais em cada corpo da individualidade ou, pelo menos, sintomas ou resquícios que só desaparecerão com toda a exoneração da culpa, que habita o corpo mental." (Texto extraído da obra "O Homem Sadio - Uma Nova Visão".)

Talvez, com exceçâo das doenças auxílio, das vicissitudes da vida na Terra e da imprudência, como veremos mais adiante, a possibilidade da energia atingir corpos mais densos dependa de arrependimento ou não, quanto a conduta moral incorreta.

Assim, poderíamos concluir que as doenças mentais representam processos mais graves, com energias sem condições de adaptação ao físico, que serão trabalhadas pelo intelecto em busca de cura definitiva. Portanto, seriam processos ainda sem expurgo adequado. Possivelmente, após período de despertamento pelo remorso, seguido de arrependimento, o doente mental passará a nova condição, em que poderá trazer essas energias em desequilíbrio, criadas por ele mesmo, devido a seus atos moralmente incorretos, até o nível do físico, que se manifestarão, então, como doença orgânica, em suas outras reencarnações.

"A moléstia orgânica significa que a alma está enferma. O volume de cólera, inveja, luxúria, cobiça, ciúme, ódio ou hipocrisia forma um patrimônio morbo-psíquico, que deve ser expurgado pelo Perispírito através do Físico. Essa drenagem de energias deletérias, a qual a medicina dá o nome de doença, reflete erros atuais ou de vidas passadas. E que o espírito localiza os resíduos em um local orgânico vulnerável, na tentativa de sua eliminação tóxica. Ou seja, a doença preexiste ã manifestação orgânica". (Ramatís)
Caberiam aqui mais algumas perguntas:

- Por que o corpo físico com a sua morfologia e função como hoje conhecemos?

- Por que observamos um gradual aumento de complexidade de forma e função dos órgãos à medida que os seres se tornam mais evoluídos?

Aprendemos, com a Doutrina Espírita, que o Corpo Físico é o reflexo do Astral e esse, por sua vez, é o reflexo do Mental. É sabido, também, que o corpo Astral, apresenta estados morfológicos, a refletirem a conduta espiritual da criatura, conforme o campo mental em que se mantêm.

"Da mente, sede dos princípios superiores da criatura, partem as forças que governam o equilíbrio orgânico, por intermédio de raios ainda inabordáveis à perquirição humana, raios esses que vitalizam os centros perispirídeos. Em substância, todos os estados acidentais das formas de que nos utilizamos dependem, assim, do comando mental que nos é próprio." (Há uma ação mental em nível celular.)

"No Psicossoma, possuímos todo o agrupamento de recursos automáticos, os quais governam o cosmo celular constituinte do nosso corpo físico. Células essas a serviço da mente, que adquiriu esse domínio em milênios de recapitulaçâo, nos múltiplos setores da evolução anímica."

André Luiz - "Evolução em Dois Mundos" Nessa caminhada até as formas mais elaboradas, a mente aprende o domínio celular. E coloca as células a seu serviço, conseguindo, então, comandar sua forma de apresentação, segundo o seu próprio molde mental, atendendo às suas necessidades evolutivas, tanto na satisfação das necessidades maiores, pelas suas formas físicas mais elaboradas, como, também, para atender aos interesses de seu psiquismo mais evoluído. Isso ocorre de forma natural e espontânea, através da reflexão automática de sensações e impressões, em milhões de anos de repetição, ajudado e conduzido por Jesus e seus auxiliares.

Com a repetição da função de cada célula, órgão e sistema, nos diversos corpos, o Espírito conquista o automatismo e, gradativamente, transforma a atividade nervosa em vida psíquica. Portanto, todos os órgãos do corpo espiritual e, consequentemente, do corpo físico foram construídos com lentidão, atendendo à necessidade do campo mental, cm seu condicionamento e exteriorização no meio terrestre. Ele consegue isso através da coordenação de seus próprios impulsos sobre os elementos albuminóides do citoplasma, no qual as forças físicas e espirituais se jungem no corpo físico. A evolução morfológica se faz paralela à moral.

Nossa opinião é a de que, ao ser criado, o Espírito deve conquistar os vários aspectos superiores da vida. Porém, a princípio, isso não é possível ser concentrado apenas em um núcleo, o Corpo Mental Superior. Criam-se, então, corpos mais densos, onde cada aspecto a ser conquistado, em sua carreira evolutiva, é diferenciado em um setor (órgão ou sistema), passível de controle em separado pela mente e onde concretamente, poderá perceber sua evolução e, de maneira intelectualizada, julgar as suas necessidades e qual a trajetória a ser seguida, nessa conquista.

Para aclarar a nossa idéia, exemplificaremos com uma escola comum de nosso dia a dia. O objetivo do aluno é a sabedoria. Mas a quantidade de conhecimentos é muito grande, para ser recolhida de uma só vez e por um só meia Criam-se, então, as várias disciplinas: física, química, biologia, matemática, português, religião, etc, que reunidas constituem a sabedoria e que serão estudas em separado, para permitir o aprendizado.

Retornando ao nosso corpo, cada disciplina representaria um Órgão. Em cada um, o Espírito poderá experimentar determinado tipo de energia necessária à sua felicidade e manipulá-la, separadamente, conhecendo-a em profundidade, conseguindo dominá-la e utilizá-la. Para lauto, projetam-se o corpo perispiritual e o físico, onde o automatismo Celular, conquistado pela repetição de função, por longos períodos, desde fase de seres mais primitivos, terá condições de atender à necessidade intelectual e psíquica do Espírito.

Essas informações vão de encontro ao relato da gênese bíblica, Que mostra a formação do mundo e dos seres vivos, sendo conduzida por Deus, até a condição hominal, organismo mais complexo a habitar a Terra, sendo dotado do mais alto psiquismo e condição moral, até então vistos nesse mundo.
Compreenderemos, então, o psicossoma com grande capacidade plasmadora, registrando todas as ações do Espírito, através dos mecanismos sutis da mente, que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos vibratórios, nas reencarnações seguintes.

Para melhor compreensão do que foi exposto, vamos analisar a sequência de aparecimento dos órgãos no corpo físico dos animais primitivos:

Entendemos que o ser, para reencontrar-se com o Criador, deverá aprender a função do Amor, a energia básica da vida. O primeiro aspecto a ser conquistado seria o da sobrevivência - o amor por si mesmo -, que o levará a busca de caminhos para esse reencontro de forma constante.

Vemos, então, o primeiro sistema orgânico a se esboçar e crescer em função no organismo primidvo - o sistema digesdvo (atualmente, chamado digestório) - e logo após, surge o aparelho reprodutor. Ambas as funções representando a determinação do indivíduo em sobreviver e preservar a sua espécie (Amor por si mesmo).

A princípio, temporárias, a repetição das funções diferenciou o comportamento celular de forma definitiva e, com o passar do tempo, criou um órgão capaz de percepção e reaçâo a um tipo específico de estímulo, isto é, receber de modo diferenciado as alterações exteriores mesmo as indiferenciadas. A formação desses ocorre pela necessidade da apreensão das diferentes vivências do Espírito.

O aparelho cardiovascular, por exemplo, teve o mesmo mecanismo de origem. Deveria prover toda a complexidade do organismo de nutrição em nível celular, conseguindo isso ao levar o nutriente até a membrana celular, na intimidade dos tecidos, através do sistema capilar e, pelos mecanismos adaptativos às emoções, ser capaz de fazer frente ao aumento da demanda de energia, nos instantes de esforço físico ou de situações de maior requerimento afetivo, já esboçando a relação desse sistema com o campo dos sentimentos.

Essa relação do sistema cardiovascular com os sentimentos fica evidenciada pela evoluçào morfológica do coraçào, nos vários estágios de seu surgimento, na fase animal. O sistema cardiovascular começa a aparecer em nível de invertebrados com esqueleto quitinoso. Nesses, já encontramos sensações mais extensas e numerosas: construção de um domicílio, extremo ardor genésico, voracidade, crueldade cega, como por exemplo, nos crustáceos, caranguejos e centopéias. Esse grupo apresenta sistema circulatório sem capilares, com vasos que terminam em cavidades e há vasos contrateis, simulando o coração. Seguem-se os aracnídeos, como as aranhas e após os insetos, abelhas e formigas que apresentam coração já diferenciado, de onde saem vasos os quais terminam em capilares. Esse ultimo grupo diferencia-se do primeiro por apresentar sensações mais amplas, domicílio, vida de relação, provisão de guerra e de defesa coletiva e sociabilidade. Nos anfíbios, aparecem duas aurículas e um ventrículo. Os Répteis apresentam quatro cavidades diferenciadas, mas ainda incompletamente divididas, até que, ao nível das aves, surge o coração de quatro cavidades, totalmente separadas por septos.

Nesse nível de evoluçào da forma, encontramos os seres apresentando o amor filial e maternal, a família estruturada e uma sociedade estável, - a complexidade da forma acompanhou a evolução moral.

É importante analisarmos a questão da repetição para a aquisição de novas aptidões, ou seja, do automatismo. Essa é a nosso ver muito clara e indiscutível; e teria uma implicação importante na questão do adoecer e na conquista da cura. A doença, quando de origem cármica, foi adquirida após repetição dos nossos erros. A misericórdia divina, portanto, só exigi-nos o sofrimento para nos corrigir, quando nos fazemos repetidamente errados em nossas atitudes, deixando claro que nunca haverá injustiça nesse campo. Fica também clara a necessidade do fator tempo para a aquisição da saúde, pois deveremos, pela repetição da atitude renovada, criar o hábito correto (automatismo).

Poderemos, agora, baseados nas informações da ciência médica e da espiritualidade, tentar uma correlação das funções dos vários corpos entre si e propor possibilidades que expliquem os mecanismos pelos quais o físico pode enfermar-se.

O corpo físico é uma estrutura de cerca de 100 trilhões de células, sendo as hemácias em maior número, com cerca de 25 trilhões. Mais da metade (56%) do corpo físico é constituído de líquidos, sendo que 2/3 desse líquido é intracelular. No estudo da célula chama-se Protoplasma às diferentes substâncias que a compõe (água, eletrólitos, proteínas, lipídios, carbohidratos).
A célula pode ser dividida em duas partes básicas: Membrana celular composta de lipídios (fosfolipídios e colesterol), proteínas e mais 3% de carboidratos.
Citoplasma: Parte líquida clara (citosol) mais organelas e partículas.
As organelas celulares são:

1. Retículo endoplasmático - Liso e Rugoso: Sistemas de tubos com várias funções. No liso, ocorre a síntese de carboidratos e complexos de lipídios e a função de detoxificação da célula. O tipo Rugoso - o nome é devido à presença de partículas granulares em sua superficie chamadas Ribossomos formados de Acido Ribonucleico (RNA) e proteína; tem a função de sintetizar proteínas, que serão transportadas ao Complexo de Golgi.

2. Aparelho de Golgi: Ligado à organela anterior, recebe suas vesículas secretoras e outros componentes citoplasmaticos além de formar Lisosomos. As vesículas secretoras vão à superfície celular e esvaziam o seu conteúdo.

Os Lisossomos são estruturas com a função de digerir e remover substâncias e estruturas indesejáveis à célula. Podem em algumas circunstâncias, promover a autólise da célula. Apresentam enzimas digestivas capazes de digerir grande número de produtos orgânicos. A digestão intracelular é responsável pela renovação celular, pelo processo de autofagia. Buscando correlacionar esse conhecimento com as informações de André Luiz, citamos parte da obra "Evolução em Dois Mundos":

"Da mente aclarada pela razão, sede dos princípios superiores que governam a criatura, partem as porcas que governam o equilíbrio orgânico, por intermédio de raios ainda inabordáveis à perquirição humana, raios esses que vitalizam os centros perispiríticos, em cujos meandros se localizam glândulas endócrinas, que, a seu turno, despendem recursos que nos garantem a estabilidade no campo celular. Como é óbvio nas criaturas encarnadas esses elementos são os hormônios, que atuam sobre todos os órgãos do físico, através do sangue. Lógico entender que o governo mental reúne células formando tecidos, que reunidos compõem órgãos, partes constituintes do organismo, o qual passa a funcionar, como um todo indivisível em sua integridade, cingido pelo sistema nervoso e controlado pelos hormônios, que nascidos de impulsão mecânica da mente sobre o império celular, conforme diferentes estados emotivos da consciência, gerando saúde, quando o equilíbrio intimo lhe preside as manifestações. Podemos asseverar que a inteligência, influenciando o citoplasma, que, é no fundo o elemento intersticial de vinculação das forcas psicossomáticas, obriga as células ao trabalho de que necessita".

Propomos a possibilidade de que as nossas emoções teriam seu ponto de ação sobre essas estruturas, talvez, mais especificamente, no Complexo de Golgi ou no Retículo Endoplasmático Rugoso, se a açâo for na produção dos hormônios, que, estimulado por essas energias, liberariam suas vesículas secretoras contendo hormônios, para circulação sanguínea.

Dentro dessa visão, as disfunções hormonais teriam como causa (cármica ou não) os desequilíbrios emocionais, e esse maior ou menor controle seria o responsável pelo padrão evolutivo dos distúrbios endócrinos.
3. Mitocôndrias: Produzem energia através da síntese de ATP, que é transportado para fora da mesma, liberando-a sempre que for necessário para as diversas atividades celulares (trabalho mecânico, químico, e de transporte nas membranas).

Contém Acido Desoxirribonucleico (DNA), semelhante ao núcleo celular. Sua função é indispensável à vitalidade da célula. Sintetizam proteínas específicas e se auto reproduzem.

Comentário do autor espiritual André Luiz: "E através dos Mitocândrios, que podem ser considerados acumuladores de energia espiritual em forma de grânulos, assegurando a atividade celular, que a mente transmite ao carro físico, durante a encarnação, todos os seus estados felices ou infelices, equilibrando ou conturbando o ciclo de causa e efeito das forças por ele própria libertadas nos processos endotérmicos, mantenedores da biossíntese". Pelo que se conhece sobre a ação do Duplo Etérico, entendendo-o como sendo aquele corpo que produz e mantém a vitalidade do Físico, é possível pensar-se que ele (ou essa energia - o Duplo) teria seu principal local de açào nas Mitocôndrias, as organelas responsáveis pela oferta de energia aos mecanismos celulares e, portanto, para a vitalidade do Corpo Físico como um todo. A confirmação desse mecanismo poderá, no futuro, direcionar as pesquisas farmacológicas.

4. Microtúbulos sintetizados pelos Ribossomos. Ex.: Centríolo e o Fuso Mitótico, na mitose, e formação do citoesqueleto. Essa estrutura, o Centríolo, é reconhecidamente o elemento fundamental de direção do mecanismo de reprodução celular. É ele que direciona a migração dos cromossomos na divisão celular. Alterações nessas estruturas teriam como consequência a deturpação das células filhas da mitose (Ex.: nos Gametas ou no Ovo) ou a inviabilidade do mecanismo de reprodução celular. "Evolução em Dois Mundos" - André Luiz: "E no centro celular que se mantém a junção das forças físicas e espirituais, ponto esse em que se verifica o impulso mental de natureza eletromagnética, pelo qual se opera o movimento dos cromossomos num total de 46 na espécie humana (concentrações fluidico — magnéticas especiais, estruturados em grânulos infinitesimais, partilham do físico pelo núcleo da célula e do corpo espiritual pelo citoplasma em que se implantam) cunhando as leis da hereditariedade e da afinidade, dispondo nos cromatideos, em forma de granulações perfeitamente identificáveis entre o leptotênio e o paquitênio, os genes ou fatores da hereditariedade".

Pela descrição das obras espíritas, é possível pensar que essa seria a região celular onde ocorreria a açáo magnética dos mentores espirituais, os quais dirigem os mecanismos de reencarnação, atuando sobre a divisão do ovo. Seria, também, o local de ação dos obsessores ou da mente em desequilíbrio do reencarnante ou de seus pais, quando não concordam com a reencarnação, tornando os gametas ou o ovo inviáveis, com o consequente aborto, esterilidade ou gerando anomalias fetais (teratogênese). Talvez, a medicina do futuro consiga desenvolver interferências terapêuticas nessas estruturas, ao identificar ocorrências infelizes como as descritas.
5. Núcleo celular: Distingue esse tipo celular de todas as formas inferiores de vida (vírus, ricketsias, bactérias). Controla todas as atividades celulares e permite reprodução precisa de novas células idênticas à célula mãe.

Contém DNA nos genes, que determinam as características das enzimas proteicas do citoplasma e, por esse meio, regulam as atividades citoplasmáticas. Cada gene é um ácido nucleico (DNA), que controla automaticamente a formação de outro, o UNA (ácido ribonucleico), que se difunde por toda a célula e controla a formação de proteínas específicas, em sua maioria enzimas. São mais de 100.000 pares de genes. Cada um forma uma proteína específica. Formam fileiras contendo DNA em filamentos duplos, (as hélices de DNA) que ficam contidas nos cromossomos. A célula humana possui 46 (23 pares) cromossomas.

O DNA é composto de ácido fosfórico, mais um açúcar (a desoxirribose) e 4 bases nitrogenadas, sendo 2 purinas (adenina e guanina) e 2 pirimidínicas (timina e citosina). (O Nucleotídeo é formado por um ácido fosfórico, a desoxirribose e mais uma base nitrogenada). Na formação do DNA, uma base purínica sempre se liga a uma pirimidínica, através de ligações fracas de Hidrogênio, que se separam facilmente. Quando os dois filamentos se separam, as bases expostas projetam-se lateralmente e cada três formam uma palavra do código (códom), para estruturar um aminoácido. Daí origina-se o RNA de transcriçào ou mensageiro, a partir de um dos filamentos de DNA separado. (No RNA, o açúcar é a ribose e a timina é substituída por Uracil). Cada filamento de DNA de um cromossomo contém 4000 genes em média. A formação do RNA depende da enzima RNA polimerase. Após ocorrer a síntese do RNA, ele é liberado no nucleoplasma, onde é reprocessado, porque contém muitas sequências indesejáveis de nucleotídeos (mais de 90% de todo o filamento). Várias enzimas do nucleoplasma apresentam essa ação e, em seguida, ajuntam os segmentos restantes, recompondo o RNA. Encontramos 3 tipos de RNA:

Mensageiro: transporta o código genético até o citoplasma no Ribossomo, para o controle da formação das proteínas. Nele existe o códom de produção da proteína. Transportador: transporta aminoácidos ativados até os Ribossomos, para a montagem de moléculas proteicas. Ribossômico: que forma os Nucléolos e Ribossomos, onde ocorre efetivamente a síntese proteica.

No ribossomo, o RNA mensageiro é lido (tradução) e quando é atingido o códom terminal e sinalizado o fim da molécula proteica, essa é liberada no citoplasma.

No núcleo, encontramos também o nucléolo (um ou mais), sem membrana, que contém grande quantidade de RNA e de proteínas do tipo encontrado nos ribossomos. Os genes sintedzam o RNA, que são armazenados no Nucléolo. Quando necessário, o RNA vai ao citoplasma para formar os ribossomos. A advaçào dos genes também deve ser controlada, de outro modo, já que algumas partes das células poderiam crescer excessivamente ou algumas reaçòes químicas ocorrer de modo desmesurado, matando a célula. Por isso, para cada gene ou grupos de genes, existe controle por mecanismo de feedback. São basicamente 2 métodos de controle:

1 - Regulação genética— controla a atividade dos genes

2 - Regulação enzimática - controla o nível de atividade das enzimas celulares. Os genes e seus mecanismos reguladores determinam as caractcrísdcas de crescimento e divisão de todas as células. Controla desde a célula ovo até o corpo totalmente funcionante.

Na divisão celular ocorre a replicação do DNA: duplicam-se os 2 filamentos de ponta a ponta, por ação da enzima DNA polimerase. Após, ocorre processo de revisão, identificando Nucleotídeos inadequados ligados ao filamento do molde original. Isso é feito por enzimas que corrigem o processo de transcrição. Quando tal não ocorre chama-se mutação, que leva à formação de proteína irregular e mau funcionamento da célula e, por vezes, morte celular.

Descrevemos de modo resumido o conhecimento médico atual sobre as funções do núcleo celular. Vamos agora compará-la com a descrição dos autores espirituais.

"O Homem Integral" - Joana De Angelis: Perispírito - Modelo organizador biológico - "constituído de vários tipos de fluídos. Plasma no físico as necessidades morais evolutivas, através dos genes e cromossomos. Assinala nos órgãos correspondentes as atividades morais do Espírito".

"Evolução em Dois Mundos" - André Luiz: "Podemos asseverar, que a inteligência, influenciando o citoplasma, que é no fundo o elemento intersticial de vinculação das forças psicossomáticas, obriga as células ao trabalho de que necessita".
Sobre a evolução e prognóstico das doenças, na mesma obra, encontramos: "pela conduta feliz ou infeliz pode acentuar ou esbater a coloração dos programas que lhe indicam a rota, através dos "Bióforos" ou unidades de força psicossomática, que atuam no citoplasma, consequentemente sobre o corpo físico".

"Assim a mente inscreve através dos cromossomos as disposições do destino da criatura, caracteres que são constituídos pelos genes, aos quais se mesclam os Bióforos, e tomando-os, nesse ponto, como sendo os grânulos de tinta que os colorem. Assim o corpo herda do corpo segundo as disposições da mente, que se ajusta a outras mentes, não sendo possível alterar o plano de serviço que mereceu, mas pode pela conduta modificar as dificuldades, através dos Bióforos ou unidades de força psicossomática que atuam no iitoplasma, projetando sobre as células e, consequentemente, sobre o corpo físico os estados da mente, enobrecendo ou agravando sua situação".
Poderíamos interpretar as explicações de André Luiz, dizendo que os processos cármicos, advindos de outras encarnações, estão marcados no núcleo celular através dos cromossomos (disposições do desdno), sendo, portanto, irreversíveis nessa encarnação. A evolução da doença e a aquisição de novas moléstias seriam controladas através do citoplasma, pela ação dos Bióforos, que modificariam a informação enviada pelo núcleo ao citoplasma, podendo, a partir do governo mental, impedir a sua manifestação ou torná-la mais ou menos grave. O Bióforo seria o RNA mensageiro ou seriam os mecanismos enzimáticos de reprocessamento do RNA ou do DNA recém formados, ou teria ação sobre essas estruturas?

Explicaríamos esse raciocínio através do mecanismo do passe magnético. Ele seria a emissão de Bióforos do magnetizador ou passista ao citoplasma da célula doente, com ordem de saúde, até que o paciente, aliviado e corrigido em sua conduta moral, possa emitir seus próprios Bióforos corretos para a manutenção da saúde (?). Assim um paciente que encarna com a programação de câncer, poderá pela sua conduta equilibrada mudar a informação cármica do núcleo através dos Bióforos e apresentar um tumor benigno. A Lei é de misericórdia. "A cada um segundo suas obras".

Ou seja, no núcleo, as disposições cármicas e, no citoplasma, a evolução da doença cármica e a formação de moléstias cármicas.

Utilizando esses conhecimentos associados ao conhecimento espírita, poderíamos levantar algumas hipóteses:

Observa-se, que a incidência de mutações é muito maior em vírus e bactérias que nos animais superiores. Uma possível explicação é o fato de os animais superiores apresentarem núcleos diplóides e os primeiros núcleos haplóides. Os cromossomos em pares ( característica diplóide) seria o mecanismo de fixação e segurança dos caracteres da espécie?

Outra verificação: as células primitivas são procariontes, ou seja, sem membrana envolvendo e delimitando o núcleo celular, o que levam a outra possibilidade: que a membrana nuclear constituiria-se em mecanismo protetor contra mutações.

Por exemplo, André Luiz ensina-nos que a reprodução sexuada iniciou-se com as algas verdes. Buscando entender, estudamos um pouco sobre elas: Grupo de vegetais que vivem no fundo ou superfície da água, não apresentam folhas, raízes, vasos, flores e nem grãos. Ocupam o último lugar na classificação vegetal e nelas estão os organismos mais simples e microscópicos: plantas criptogâmicas. São unicelulares ou pluricelulares, sendo as verdes unicelulares. Inicialmente, foram classificadas como Protistas, por terem características que deixam dúvidas sobre se deveriam ser incluídas no reino vegetal ou animal. Na década de 60, a maioria dos biólogos adotou a classificação em cinco reinos, incluindo além de Animal, Vegetal e Protista, novos grupos, os Fungos e Monera, este último incluindo bactérias e algas azuis. As algas verdes são Protistas, alongadas com um flagelo para locomoção (lembra o Espermatozoide), e Eucariótas, ou seja, possuem membrana nuclear e constituem na maior parte do plancton marinho e de água doce.

No reino Monera, os seres são muito simples e primitivos. Neles, o material genético não forma núcleo típico, pois fica diretamente em contato com o citoplasma. Fala-se, por isso, que essas células são Procariontes, ou seja, não têm núcleo verdadeiro. As algas pluricelulares são incluídas no reino vegetal. Vale aqui raciocinar que, para iniciar a reprodução sexuada, a célula necessitou tornar-se procarionte e isso indicaria que para fixar o carma dependeria da estabilidade do núcleo, através da membrana e da característica diplóide.

Aplicando-se esse raciocínio às informações de André Luiz, em "Evolução em Dois Mundos", teríamos:

• A reprodução sexuada constitui-se em avanço evolutivo do Espírito, por permitir a estabilidade do carma na célula diplóide, ou seja, o núcleo diplóide seria não apenas menos susceptível a fatores mutagênicos como também a fatores mentais, que provêm do reencarnante ou de outros Espíritos.

• Os gametas seriam células muito vulneráveis a ação do pensamento, por se tratarem de células haplóides, portanto, poderiam ser modificadas por pensamentos em desequilíbrio dos próprios pais, do reencarnante ou de obsessores, ou ainda dos benfeitores espirituais, na programação reencarnatória de seus pupilos.

• A membrana nuclear constituir-se-ia em avanço como garantia adicional da manutenção da programação reencarnatória, referente às peripécias do corpo físico.
Nessa linha de raciocínio, ao pensarmos na afirmativa de André Luiz de que "os cromossomos permanecem imorredouros no centro genésico, participando do corpo físico pelo núcleo celular e do corpo espiritual pelo citoplasma em que se implantam", poderíamos hipotetizar que:

As células perispirituais seriam haplóides (não há reprodução no mundo espiritual, ou seja, não há como haver célula diplóide no Perispírito), e não possuem membrana nuclear (seriam células Procariontes). Isto explicaria a grande plasticidade do Perispírito às ordens mentais, modificando-se com grande facilidade, bastando determinar.

Outra possibilidade para aplicação desse raciocínio seria a ocorrência da histogênese espiritual no processo de desencarnação, explicada por André Luiz. Seria o retorno à condição haplóide, facilitando a ação da mente sobre células, na elaboração de nova forma pcrispiritual.

Esse raciocínio levanta uma possibilidade de entendimento da ação dos Bióforos. Seriam "unidades de força psicossomática" a atuarem modificando o carma, possivelmente "colorindo" o RNA mensageiro, que se constitui em fita única de nucleotídeos (funcionalmente haplóide) e que atuam no citoplasma, ou seja, fora da proteção da membrana nuclear, o que lhe confere vulnerabilidade à ação do pensamento. Seria situação semelhante à da célula perispiritual.

Após essa exposição, quanto ao aspecto físico das manifestações do Espírito, buscaremos enumerar as informações recolhidas das obras espíritas sobre a formação de doenças, pelos mecanismos dos corpos mais sutis.

a) "Mas o que ouve (as palavras de Jesus) e não as pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces e arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa"
Jesus — Lucas, 6:49


"A imprudência e o ócio se responsabilizam por muitas doenças, como os desastres circulatórios da gula, as infecções por falta de higiene, a toxicomania e a exaustão devido excessos. As endemias são devidas a causas locais, não obstante os casos cármicos individuais que agravam por influência delas. Sào consequência de conquistas higiênicas, que o homem deve realizar.

De modo geral, porém a etiologia das moléstias perduráveis, que afligem o corpo físico e o dilaceram, guardam no perispírito as suas causas profundas".

"Evolução em Dois Mundos": André Luiz

"Predisposições Mórbidas"

b) Vicissitudes da vida no planeta Terra:

E necessário refletirmos que estamos em um mundo instável e de forças primitivas, como a Terra, cujas energias primárias estão em contínua ebulição, ainda em consolidação de formas biológicas até do próprio homem. Tempestades, terremotos, furacões, violências dos seres que encarnam no planeta, epidemias, dificuldades sociais, entre outras situações. Há casos dos missionários, os quais incluem necessariamente a doença em suas rotas pela Terra, apenas não têm o acompanhante do sofrimento como em nosso caso. Enfrentam-na como contingência natural do mundo material, a fim de cumprirem seu objetivo, considerando-a como fator peculiar aos mundos dominados pelo apego à matéria.

c) Rebeldia é não viver a verdade ou querer ignorá-la.

A Culpa: Açào da Lei de Causa e Efeito, com o seu saldo credor ou devedor para o Espírito, com suas consequências futuras. "Cada um há de colher conforme a sua semeadura". Jesus. O carma aliado à Lei de causa e efeito rege todo o processo da vida cósmica. Ele não pune, mas reajusta, sem significar olho por olho. Devemos assumir a responsabilidade de nossos atos, sejam bons ou maus.

"A recordação da falta cria na mente um estado anômalo, que podemos classificar de 'zona de remorso", em torno do qual a onda viva e contínua do pensamento passa a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo psicossomático ligada à lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria. O desabafo e a corrigenda mudam esse quadro. Cria-se um nódulo de forças mentais desequilibradas, enquistações de energias profundas, que se transferem de uma vida para a outra, as dívidas cármicas, para resgatar o erro, nas mesmas circunstâncias nas quais patrocinamos a ofensa em prejuízo do outros".

"Essas distonias que desarticulam as sinergias do Perispírito podem ser agravadas pela ação obsessiva". André Luiz, em 'Evolução em Dois Mundos"
Nessa linha de raciocínio, encontramos a formação das doenças, no campo cármico. No renascimento biológico como na desencarnação, a mente revisa automaticamente e de modo rápido todas as experiências, por ela própria vividas, imprimindo magneticamente nas células, que se desdobrarão em unidades físicas e psicossomáticas, no corpo espiritual, as diretrizes a que estarão sujeitas, dentro do novo ciclo de evolução em que se ingressam. Entendemos que isso dependeria de fixação mental ou repetição consciente do erro.

d) Doença solicitada ou sugerida - Dor auxílio: "Se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um de teus membros e não todo o teu corpo para o inferno". Jesus - Mt., 5:30

Nesta eventualidade, o rencarnante solicita em seu favor ou alguém o faz por ele, antes da reencarnação, um regime de sanções, depois de quedas repetidas nos mesmos erros, que se manifestam como deficiências congênitas, embora suportáveis, dificilmente curáveis no decorrer de uma existência inteira. Seres que abusaram da beleza física pedem corpos com doenças dermatológicas ou da tireóide. Limitações ou defeitos que evitam atividades abusivas, que o espírito solicita para prevenir sua queda, que já ocorreu, em outra oportunidade. "Todas as doenças dificilmente curáveis significam sanções instituídas pela Misericórdia Divina, porta a dentro de Justiça Universal, atendendo-nos aos próprios rogos".

(Evolução em Dois Mundos) Outra possibilidade seria a chamada dor auxílio, quando os mentores promovem a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no corpo físico, para evitar atitudes infelizes ou como preparação para a desencarnação, para não haver surpresas desagradáveis na transição da morte. Entre essas ocorrências, que se dão pela intercessão de Espíritos amigos devotados, à nossa felicidade, temos o enfarte do miocárdio, o acidente vascular encefálico, câncer e a senilidade precoce. Às vezes, ocorrem em doenças de pequena magnitude e passageiras, apenas como óbices à nossa participação em lances infelizes da vida, que se nos apresentam em determinadas ocasiões. Assim, não seriam doenças cármicas, mas, muitas vezes, decididas durante o transcurso da encarnação, como auxílio a dificuldades de comportamento que o indivíduo apresenta, durante a vida física.
e) Trauma Perispiritual:

Os suicídios diretos ou abreviação da vida física por vícios determinam processos degenerativos e desajustes nos centros essenciais do psicossoma, principalmente naqueles que governam o córtex encefálico, as glândulas de secreção interna, a organização emotiva e o sistema hematopoiético.

Outra situação seria a dos Espíritos rebeldes, persistentes no mal, deixando-se dominar por paixões violentas, apesar da interferência de seus mentores. A manutenção do padrão mental de desequilíbrio levaria a perda do controle harmônico das energias de governo do Perispírito, gerando o que André Luiz classifica como hipertrofia vibratória. E' necessária a encarnação compulsória para expurgo das energias em desequilíbrio e sua submissão a um freio carnal, levando a corpos físicos disforme gravemente enfermos, com disfunção endócrina, geralmente, associados a comprometimento mental, o que lhe retarda, em tempo justo, o progresso de desenvolvimento natural na matéria. A Pineal funciona com dificuldade nesse caso, incapaz de transmitir mensagem racional, demorando o reajustamento da memória ao raciocínio comum, da existência atual. É possível que essa visão se aplique à reencarnação de Espíritos que perderam a forma perispiritual e se apresentam como ovóides, no mundo espiritual, habituando, pouco a pouco, à pulsação normal. O corpo físico reduz a excitação selvagem do Perispírito e condiciona-se a viver dentro de forças controladas.

As doenças congênitas graves, com evolução para óbito precoce, até os 20 anos, geralmente, ocorreriam nos filhos de pais que lesaram os centros genésicos pelo desequilíbrio emotivo ou aborto repetido, renascendo com a área genésica comprometida (no perispírito), e esses seriam espíritos necessitados de curtos períodos na carne, em corpos deformados, como socorro ou tratamento do corpo espiritual desequilibrado.

Portanto, raramente, são balizas terminais de prova na vida física. São moléstias secundárias, porquanto a etiologia que lhes é própria reside na estrutura complexa da própria alma. Seria um reencarnante com a energia perispiritual necessitando de reequilíbrio.

f) As lesões congênitas:

A lei cármica só atua através da ação do próprio agente que a perturba. A invigilância mental provoca configuração anormal do perispírito e a solução é a encarnação, para permitir o esgotamento da vibração incorreta, aliviando o perispírito. O Espírito transmite para o exterior a configuração teratológica que criou no mundo astral, nào tendo depois forças suficientes para dissolvê-la, no ambiente onde passa a viver. Os xifópagos, por exemplo, são duas almas odiando-se a longo tempo: sem quaisquer possibilidade de reconciliação amistosa, para que tendo as mesmas necessidades lutem pela sobrevivência recíproca, terminando por se afeiçoar mutuamente.

g) Desequilíbrios emocionais:

As tensões, frustrações, vícios, ansiedades e fobias acarretam desequilíbrios psíquicos, que são somatizados em problemas orgânicos. Esses e suas sequelas levam aos tormentos mentais e emocionais e a consequente repercussão sobre os hormônios, com ações excitantes ou debilitantes, podendo provocar uma doença atual, não cármica, ou agir sobre áreas cármicas. Nos desequilíbrios emocionais, apesar de o ponto de recepção ser o cérebro, se a criatura não consegue dominar-se, selecionando as emissões que chegam até ela, permitirá ação da força perturbadora dentro de si mesma, na intimidade das células orgânicas, originando moléstias. Essa matéria venenosa é imediatamente atraída para o ponto orgânico mais frágil.

Nessa linha de raciocínio, encontraríamos as manifestações das graves complicações cardíacas, como o infarto do miocárdio e as arritmias cardíacas, que surgem após emoções maiores, revelando a atuação dessa energia mental em área previamente lesada, provocando mudança evolutiva no quadro clínico, nem sempre programada para ser daquela forma. O mesmo raciocínio aplicar-se-ia aos desequilíbrios endócrinos, decorrentes de descontroles emocionais.
h) Infecção:

Hoje, a maior causa de mortes no mundo são as doenças infecciosas e parasitárias.

A infecção bacteriana é apenas um fenômeno natural da vida infinitesimal, que procura a nutrição adequada, para a justa procriação de sua espécie, e não por qualquer ferocidade inata.

O contágio patogênico só é possível quando existe o elemento fundamental energético nas próprias criaturas, que então serve de base para os germes infectantes. Eles só proliferam quando no organismo se estabelece o terreno eletivo para a eclosão da enfermidade. É o miasma do psiquismo doente que atrai os germes patogênicos e os alimenta, fazendo com que se acumulem em certos órgãos ou sistemas do corpo. No caso da Terra, constitui-se em carga mórbida coletiva, favorecendo o contágio fácil e disseminado. A gravidade de qualquer processo infeccioso depende exclusivamente desse miasma psíquico, que produz o terreno para sua nutrição e proliferação. Além dessa "predisposição energética", encontramos como causa de infecção o descontrole dos mecanismos imunitários, devido ao desequilíbrio da mente. A desarmonia da mente bombardeia as células, que em estado de mitose se degeneram (açáo no centríolo?), com a consequente produção inadequada de células responsáveis pelos mecanismos de defesa orgânica. Os fatores imunológicos tornam-se desativados ou enfraquecidos pelo mau humor, pessimismo, revolta, ódio, ciúme e viciações de qualquer natureza.

Alguns autores espirituais relatam que as infecções podem ser programadas antes da reencarnação, tornando-as assim não um acaso, mas um recurso de evolução.

André Luiz assim trata do assunto: "Excetuados os quadros de ausência de higiene, as depressões criadas em nós, por nós mesmos, devido abuso de nossas forças, seja por prejuízo ao corpo físico"..."seja perturbando o bem estar do semelhante, plasmamos nos tecidos fisiopsicossomáticos, que nos constituem os veículos de manifestação, determinados campos de ruptura na harmonia celular. Toda a zona atingida se torna passível de invasão microbiana, porque as defesas naturais estão sem bases necessárias à ação regeneradora que lhes compete, permanecendo, às vezes, em derredor do ponto lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou jugular-lhe a expansão ".

"Ao nos reencarnarmos, conduzimos conosco os remanescentes de nossas faltas, que nos partilham o renascimento, como raízes congeniáis dos males que nós mesmos plantamos. Nossas disposições para essa ou aquela enfermidade no físico, representam zonas de atração magnética, que dizem de nossas dívidas, diante das Leis Eternas, exteriorizando-nos as deficiências do Espírito. Essa fala não exclui a necessidade de higiene, de medicação e do cuidado preciso com o corpo doente de qualquer natureza. Estamos afirmando apenas que a alma renasce com as falhas próprias a se lhe refletirem como zonas favoráveis à eclosão de determinadas moléstias, oferecendo campo propício ao desenvolvimento de vírus, bactérias, capazes de conduzir a doenças muito graves, de acordo com os débitos de cada um, mas também com a possibilidade de criar os anticorpos, imunizando-se contra as exigências da carne, faculdades essas que pode ampliar grandemente pela oração, pelas disciplinas retificadoras a que se afeiçoe".
i) Câncer:

A visão da Medicina acadêmica: Ele ocorre quase sempre por mutação ou ativação anormal de genes celulares, os quais controlam o crescimento e a mitose celular (oncogenes). Poucas células podem sofrer essa mutação. Por que?

1. A maioria das mutantes sobrevivem pouco.

2. Poucas das que sobrevivem perdem os controles normais de feedback, impedindo o crescimento excessivo.

3. As células anormais, cancerígenas são em grande parte destruídas, devido a produção de proteínas anormais pelos genes alterados, os quais ativam o sistema imune (anticorpos e linfócitos). Prova disso é o aparecimento de câncer nos
imunossuprimidos.

Qual a causa do gene alterado?

Por que há tão pouco câncer com trilhões de células sendo divididas todo o tempo?

A explicação é a precisão do mecanismo de replicação e de revisão do DNA, já descrito antes, mas apesar disso algumas células escapam ao controle.

O acaso? Seria necessário apenas ele para a ocorrência do câncer? Ele, portanto, seria o resultado de uma infeliz ocorrência? Fatores que aumentam a possibilidade da ocorrência de câncer: Radiação ionizante: Ex.: Raio x

Compostos químicos: Ex.: Fumaça de cigarro causam 25% de todas as mortes por câncer.

Irritantes físicos: Ex.: abrasão continuada do tubo digestivo leva à mitose rápida de substituição. Quanto mais rápida as mitoses maior a probabilidade de mutações.
Hereditariedade: Haveria um genona mutante herdado. Como a maioria dos cânceres depende de mais de uma mutação, neste caso dependeria de menor número de mutações para ocorrer. Viroses: Ex.: alguns cânceres ginecológicos
Características da célula cancerosa:

1. Sem limite de crescimento;

2. Menos aderentes que as normais, podendo vagar nos tecidos e formar novos ninhos (metástases);

3. Podem produzir fatores angiogênicos, criando irrigação sanguínea para o tumor e sua nutrição.

O câncer mata, porque a célula cancerosa compete com as normais por nutrientes e, devido ao seu alto consumo provocado pela grande frequência de mitoses, necessita mais alimento, em detrimento da célula normal.

A análise do conhecimento médico acadêmico ajuda-nos na compreensão do ensinamento dos Espíritos sobre essa patologia. Vimos que é necessária mais de uma mutação para a sua ocorrência, ou seja, por ser um processo cármico, depende de mais de um erro ou repetição dos mesmos para a sua ocorrência, justificando a difícil possibilidade de cura com os recursos médicos atuais. O paciente é reincidente e necessita da doença para a sua cura, para a correção de seus deslizes morais. Para ocorrer, necessita da falha dos sistemas imunitários ou de distúrbios da divisão celular, que justificariam a ocorrência do câncer, mesmo que não esteja programado para a atual encarnação e explicariam os seus padrões evolutivos diferentes, causados por comportamentos emocionais do ser, conseguindo o controle de suas células de defesa (leucócitos).

Parece lógico analisar que os desvios de comportamento no campo da sexualidade seriam propiciadores do aparecimento dessa doença, por se vincularem a energia de criação, a qual tem ação sobre a reprodução celular, onde se verifica a característica básica do câncer, valendo esse raciocínio também para as infecções.

Quer nas enfermidades quer na saúde não há separação entre o pensamento, a emoção e a ação do homem.
 Isso explica as reações diferentes e a gravidade variável de um mesmo tipo de tumor em diferentes indivíduos, porque a sua influência, além da resistência biológica fica subordinada à natureza psíquica e emotiva do enfermo. Assim, o processo cancerígeno agrava-se pelos desatinos mentais e emocionais, os quais abalam o campo bioelétro animal e lesam o sistema vital de defesa, para situar-se depois num órgão ou sistema mais vulnerável do corpo carnal. Essa ocorrência verifica-se inclusive nos setores de funcionamento automático, como o coração e o estômago, os quais são perturbados, quando submetidos a demasiada insistência de nosso temor, angústia, irrascividade ou melancolia.
l ) Obsessão:

Retiramos do texto evangélico exemplos que confirmam a ocorrência de doença orgânica secundária à ação obsessiva: Mateus, 9: 32 - o mudo endemoniado, que falou após lhe ser expulso o espírito obsessor;

Mateus, 12:22 - o endemoniado cego e mudo, que falou após expulso o espírito;

Lucas, 9: 37 a 45 - A cura do epiléptico por obsessão Vários mecanismos podem ser propostos: Devido a ação de vampirismo, quando alguns desencarnados absorveriam emanações vitais dos encarnados, que com eles se vinculam.

Outra possibilidade seria a de um desencarnado portador de maior conhecimento atuar sobre o sistema nervoso central do encarnado, emitindo sobre ele produtos filiados ao quimismo do espírito, aos quais André Luiz chama de "simpatininas ou aglutininas mentais", que atuam no diencéfalo e sobre os feixes amielínicos. Conseguem assim dominar os neurônios do hipotálamo, agindo sobre o feixe amielínico, que o liga ao córtex frontal, alterando a ação do chacra coronário, com as consequentes inibições viscerais (mediante influência sobre o SNA) e emocionais. Nos casos de obsessão mais grave e crônica, pode acontecer que a atuação de mente obsessora e de seu perispírito torne-se tão intensa que sua energia passe a comandar o campo celular do encarnado. Essa energia invasora passa a influenciar as células sanguíneas e as histiocitárias, que começam a produzir anticorpos e defesas imunológicas, no nível que lhe corresponde, alterando o equilíbrio fisiopsicossomático do encarnado, às vezes, favorecendo o aparecimento de infecções e tumores. Nessa eventualidade, a retirada do obsessor abala o perispírito e os centros vitais com reflexo sobre o Sistema Retículo-Endotelial e os gânglios linfáticos responsáveis pela produção das hemácias, leucócitos, plaquetas, macrófagos e linfócitos, provocando desarmonia grave do corpo físico e desencarnação do obsediado.

No mundo espiritual, o desencarnado pode sofrer a atuação de mentes desequilibradas, que alteram suas energias espirituais, levando a perda do controle harmônico sobre as células do perispírito, às vezes, até com a animalização da forma devido a ação hipnótica. Ao encarnar-se, o espírito traz as sequelas dessa atuação, a refletir na forma física ou na capacidade de controle do sistema imunológico, com surgimento de doenças, que serão corrigidas pelo expurgo dessa energia doentia, através do físico. Existe ainda, a situação da predisposição para a ação obsessora sobre as zonas orgânicas doentes ou frágeis. Essas representariam áreas de descontrole parcial ou total das células pelo governo mental do encarnado, portanto, de fácil acesso para a atuação de outras mentes. Assim, o processo obsessivo pode deslocar-se da mente para o território orgânico mais vulnerável, agravando ou produzindo o aparecimento de doença.

Necessário lembrar outro mecanismo de atuação obsessiva: através de aparelhos perispirituais. Segundo informações da espiritualidade, trata-se de situação comum. Seria através da instalação de aparelhos em determinadas áreas do perispírito, que atuariam por interferência nessas regiões, com estimulação ou inibição de suas funções. A última eventualidade, menos frequente, é a da doença gerada por contato íntimo com um espírito perturbado, geralmente, inconsciente do seu estado, cujo perispírito contenha lesões oriundas da vida material. Estabelecida a sintonia, as sensações mórbidas do desencarnado transmitem-se ao encarnado, que passa sentir-se enfermo sem o estar (contaminação fluídica).
m) Bacilos Psíquicos:

Os desequilíbrios da alma (cólera, desesperação, ódio e o vício) formam criações inferiores - germens psíquicos - que afetam profundamente o indivíduo. Os sentimentos geram os pensamentos, os quais dão origem as formas e suas consequências. Atacam os elementos vitais do físico, atuando com maior potencial destrutivo sobre as células mais delicadas. Semelhantes larvas são portadoras de vigoroso magnetismo animal.
Segundo Ramatis, o Câncer pode ser provocado por um bacilo psíquico, só identificável no mundo astral, e que se nutre da energia subvertida de um dos elementos primários e criadores da vida física. A modificação patológica desses elementos, tornam-nos alimento para bacilo psíquicos, sendo que essas percepções são ainda inacessíveis à ciência humana.
n) Qualidade do Duplo Etérico:

O nosso corpo físico só pode subsistir se satisfizer as seguintes condições: alimentos apropriados para uma eficiente assimilação; oxigênio e outros elementos para a sua respiração; e a vitalidade captada do Sol, transformada e enviada ao organismo, por toda a rede nervosa, função que pertence ao Duplo, e se falta acarreta a morte do corpo. É possível que as doenças estejam radicadas, na sua origem, em perturbações do corpo vital.
Encontramos citação, em obras espíritas, da retirada de "tônus vital degenerado" (qualidade do Duplo?) substituído por fluido de doador encarnado associado aos da natureza.
o) Hereditariedade:

A herança genética funciona absoluta sobre todos, mas sofre, naturalmente, a influencia de todos aqueles que alcançam qualidades superiores ao ambiente geral, e as força mais elevadas podem imprimir certas modificações à matéria, desde a fase embrionária, determinando alterações favoráveis ao trabalho de reeducação. Essa influência ocorre graças aos mecanismos descritos anteriormente
p) Mediunidade:

Dividiremos as ocorrências de doenças devido à mediunidade em três tipos:

1 - Síndrome da eclosão mediúnica: O seu desdobramento intempestivo em alguns casos manifesta-se com desequilíbrios. Dá-se em consequência da desarmonia da captação dos múltiplos padrões vibratórios dos espíritos desencarnados. Na infância, até os 7 anos, quando se efetiva o processo reencarnatório, pelo término da aderência das terminações perispirituais às células nervosas, coincidente com o término do processo de mielinização, ocorrem brechas psíquicas, as quais possibilitam contatos espirituais, podendo acarretar sono perturbado, inapetência, choro fácil, irritabilidade, alucinações visuais e auditivas.
Na fase adulta, pode manifestar também lipotimias, vertigens e convulsões, pelo contato do organismo mediúnico com os fluídos mais densos dos espíritos perturbados.

2 - Mediunidade reprimida: A mediunidade tarefa decorre das necessidades evolutivas do espírito, o qual se submete à manipulação magnética prévia de seu perispírito, com a finalidade de induzir alterações específicas no seu sistema nervoso. Torna-se, então, antena que não o leva ao colapso, porquanto a própria prática mediúnica o equilibra. O bloqueio do exercício, entretanto, acarreta desequilíbrios. Ressente-se da captação vibratória de múltiplos campos espirituais negativos, com os quais entra em contato, sem a drenagem pelo exercício mediúnico regular.

3 — Síndrome da estafa mediúnica: São manifestações psicofisiológicas no médium ostensivo, tais como, opressão pré-cordial, cansaço físico e mental, dores musculares, alterações do humor, insóôia, sonolência e redução do rendimento mediúnico na reunião, mal estar, cefaléia e fadiga, após a reunião.

Sendo o exercício da mediunidade parte integrante das atividades físicas, é natural que o corpo se desgaste pelos abusos e adversidades nesse setor. Ocorre, principalmente, na mediunidade de efeitos físicos, nos novatos pela ansiedade, nos médiuns com distúrbios orgânicos que teimam em continuar dando passividade a desencarnados, sem nenhum limite. Ocorreria, também, nos embates emocionais, lembrando-nos de que o médium com maior sensibilidade psíquica teria, provavelmente, maior facilidade para desgaste do tônus vital. Verifica-se, também no médium com número excessivo de reuniões mediúnicas, levando à sua desvitalizaçào. E uma situação que pode ser agravada pela obsessão.
Conclusão
A Terra é um mundo de provas e expiações e vemos assim as doenças neste contexto.

Pelo principio de Misericórdia e Justiça da Lei Natural, entenderemos que as doenças teriam sua manifestação em função da gravidade do mal cometido (do grau de consciência) e do empenho maior ou menor da criatura em corrigir-se, o que levará a alteração proporcional nos mecanismos celulares ou poderá ser manifestação cármica (marcada no núcleo celular). Elas podem ser assim classificadas:

1. Cármicas - acarretando gravidade variável em função da severidade do erro e do grau de despertamento do ser para as realidades da vida maior. Os casos clínicos mais suaves serão devidos a fase de início do carma ou seu término. A fase plena de rebeldia manifestar-se-ia por dores mais intensas.

2. Cármicas modificadas - situação descrita acima acrescida da repetição do erro, levando à situação mais grave ou aos paroxismos de agravamento ou à melhora clínica, devida a adtude de reforma íntima do ser. Aqui podemos encontrar também a interferência obsessiva, gerando piora do quadro clínico ou a açào de misericórdia dos mentores espirituais, com diminuição do sofrimento.

3. Não cármicas - ocorrerá também como manifestação de erro atual através dos Bióforos, por descontrole das emoções ou através de lesão ao corpo físico por fatores externos.
Outras possibilidades frequentes seriam as doenças solicitadas ou impostas pelos mentores espirituais, como recursos evolutivos temporários, a manifestarem-se como moléstias definitivas ou de início no período reencarnatório, em função de opções feitas pelo livre-arbítrio do reencarnante.

O comportamento emocional diante da doença determinará a sua evolução e a cota de sofrimento. Por isso, é fundamental evitar a revolta e a tristeza, lembrar que o ódio e a tensão lesam o corpo e a alma, o desânimo entorpece as forças dessa, a maledicência consome energias, e assim por diante. A criatura sabendo canalizar a corrente vibratória, organiza e submete os implementos físicos ao seu comando, produzindo saúde, por largo período, mas não indefinidamente, em face da precariedade dos elementos físicos, construídos para uso temporário.

Residindo a causa da moléstia no íntimo das criaturas não é possível obter a cura tão somente pelo uso de medicação externa - exceto, nos casos de fim de débito. A medicina terrena pode aliviar muito e curar onde for permitido. A Misericórdia Divina põe-na ao nosso alcance, embora com certas limitações sociais e econômicas, as quais servem de provas ao espírito, em processo de cura definitiva.

O estudo, a nosso ver, identifica com clareza a importância da terapia médica académica no campo psicológico e físico. A medicação clássica é comprovadamente capaz de reequilibrar o paciente, tanto na área física como na emocional, permitindo maior conforto, menor sofrimento e, acima de tudo, mantendo a vida física. Essa terapêutica já consegue prolongar a vida, corrigindo as intercorrências evolutivas e, por isso, não pode ser desvalorizada, mesmo quando diante da visão espirita, que nos aclara os mecanismos e as causas verdadeiras dos desequilíbrios do ser. No campo acadêmico, as pesquisas avançam, comprovando a necessidade de abordagem multidisciplinar, com participação de psicólogos e psiquiatras, no diagnóstico e na terapêutica.

Exemplos retirados das obras espíritas deixam claro a importância da terapêutica do passe, na prevenção de complicações ou do surgimento das doenças e na terapêutica de quadros já instalados.

Uma nova postura médica, compreendendo a verdadeira origem da doença e o real significado do que seja a cura definitiva (e não apenas desaparecimento das manifestações físicas), permitira ao profissional uma maior preocupação com os aspectos psicológicos e morais das patologias e com terapêuticas mais efetivas.

A Doutrina Espírita, no seu papel de ciência, deixa evidente a necessidade da participação efetiva do paciente na terapêutica e na sua cura. Desse estudo, fica a necessidade do hábito de uso de técnicas de relaxamento, devido a sua comprovada eficácia em permitir ao paciente o auto domínio e o controle das emoções. Nessa forma terapêutica, deverá buscar o exercício de meditação, com a aquisição do hábito da busca do auto-conhecimento, que lhe mostrará suas dificuldades de conduta e o seu potencial de evolução, indicando-lhe qual o caminho a seguir.

A medicina do futuro compreenderá a complexidade dos fatores mentais no campo das moléstias do corpo físico. Muito raramente não se encontram as afecções diretamente relacionadas com o psiquismo. Todos os órgãos são diretamente subordinados à ascendência moral. Essa visão está de acordo com a posição dos autores espirituais do livro "O Homem Sadio - Uma Nova Visão":

"A. doença é a rebeldia de não viver a verdade; o espirito deve adquirir conhecimento que lhe indicará o caminho da saúde e o Amor manifestará seu estado de cura na ligação com o Pai; todo trabalho terapêutico deve vero homem integral, conjunto espirito e matéria, senão será paliativo e temporário; sendo a doença de cunho eminentemente espiritual há e deve haver tratamento nesse sentido para a fixação dos recursos de outras áreas".

"...Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior". Jesus — João, 5:14

Na proposta terapêutica, o ensino do Cristo deve ter lugar maior, analisando-se sua fala no texto evangélico. Parece-nos, claramente, que os desequilíbrios de comportamento apresentados em Suas narrativas são causa de doença, e ELE, como o Maior Médico de nossas almas, indica-nos o caminho da cura.

"O amor cobre uma multidão de pecados" Jesus.
O trabalho no bem constante atenua, gradativamente, todo o mal por nós amontoado, fazendo-o desaparecer, ao impacto das vibrações de auxílio em nosso favor. Criar amigos, aos quais dirigimos a mensagem de entendimento e amor puro, sem necessidade da doença para eliminar os resquícios das trevas. Seguir o ensinamento de Jesus estabelece a imunologia perfeita, em nossa vida interior, adquirindo um poder mental na auto defensiva contra todos os elementos destruidores e degradantes, que nos cercam.
Bibliografia

A Bíblia Sagrada
Kardec, Allan. 0 Livro dos Espíritos. FEB. Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. FEB. Kardec, Allan. A Gênese. FEB.
André Luiz (Espírito) e Xavier, F.C. Evolução em Dois Mundos. FEB. André Luiz (Espírito) e Xavier, F.C. Ação e Reação. FEB. André Luiz (Espírito) e Xavier, F.C. No Mundo Maior. FEB. André Luiz (Espírito) e Xavier, F.C. Missionários da Lu%. FEB. Angelis, Joanna de (Espírito) e Franco, D.P. O Homem Integral. LEAL. Angelis, Joanna de (Espírito) e Franco,
D.P. Estudos Espíritas. FEB. Ramatis (Espírito) e Maes, H. Fisiologia da Alma.

Espíritos Diversos, Andrade, A. e Souza, Roberto L.V. 0 Homem Sadio -Uma Nova Visão. Ed. Espírita Fonte Viva. Costa, V.R. Mediunidade e Medicina. Ed. O Clarim.

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